Em comunicado, a FCUP avança que o estudo, publicado na revista Optica, da The Optical Society, tem por base um método que ”pela primeira vez” mede os impulsos produzidos pelos “lasers mais avançados da atualidade”.
Citado no documento, Helder Crespo, investigador da FCUP e primeiro autor do artigo, afirma que esta nova técnica permite medir os impulsos laser “onde ocorrem processos extremos muito importantes”, como as reações nucleares produzidas diretamente pela luz.
“Funciona como uma espécie de lupa para vermos fenómenos extremos, permitindo-nos tocar no fogo sem nos queimarmos”, refere o investigador, acrescentando que o novo método permite também “conhecer e otimizar os impulsos direta e indiretamente e exatamente na zona onde estão a incidir”.
De acordo com a FCUP, este novo método pode ser útil no tratamento do cancro, uma vez que estes lasers ultra intensos são capazes de “acelerar protões e de produzir isótopos radioativos” aplicados em terapias de combate à doença.
“Com esta nova técnica será possível tirar o melhor proveito destes lasers que têm múltiplas aplicações em áreas que vão desde a biologia à química, podendo até mesmo, no caso particular do cancro, vir a revolucionar o tratamento desta doença”, assegura a instituição.
Helder Crespo, também fundador da ‘spin-off’ Sphere Ultrafast Photonics da FCUP, salienta ainda que este método, intitulado THIS d-scan permitirá “validar teorias muito recentes sobre a interação laser-matéria”.
Esta técnica, assegura o investigador, traz assim “muitas vantagens” quando comparada às técnicas tradicionais que “apenas conseguem medir uma replica atenuada do impulso principal numa zona que não a da amostra, o que introduz erros e não permite capturar todos os efeitos físicos necessários”.
Os investigadores vão agora usar alguns dos sistemas laser mais intensos do mundo para mostrar a “versatilidade e capacidade” deste novo método, nomeadamente, a sua capacidade para detetar e medir as alterações que o impulso sofre no próprio alvo durante o processo de interação da luz com a matéria.
Além de investigadores da FCUP, o estudo contou também com a participação de especialistas do Instituto de Física dos Materiais Avançados, Nanotecnologia e Fotónica da Universidade do Porto, do Max-Born Institute, na Alemanha e do Imperial College London, no Reino Unido.
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