Mário Centeno falava hoje na apresentação do “Boletim Económico” de outubro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, salientando que a política orçamental do país se tem pautado pela redução da dívida para numa “encruzilhada” seguir uma trajetória sustentável.
“O aperto financeiro não está concluído, o que significa que temos de ter alguma cautela com as decisões no futuro próximo”, afirmou o responsável do supervisor bancário português.
Destacando que existe a previsibilidade necessária do lado da política monetária e que se pode esperar que o ciclo de subida das taxas de juro com as atuais condições tenha sido concluído, alertou, contudo, que “a taxa de juro real vai continuar a aumentar”.
“É de admitir e esperar que haja ainda efeito significativo da política monetária nas condições de financiamento e na economia ainda por se materializar”, disse.
Insistentemente questionado sobre recomendações para a política orçamental (quando o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) está a poucos dias de ser entregue pelo Governo no parlamento), o antigo ministro das Finanças defendeu a importância dos equilíbrios orçamentais.
“Os excedentes orçamentais não são um fim em si mesmo, são uma dimensão do equilíbrio, em que um país como Portugal, com a dívida que tem, deveria estar preocupado”, disse.
Centeno apelou para que, no atual contexto internacional e em que existe “alguma tensão” na avaliação do presente e projeção do futuro, as decisões sejam crescentemente coordenadas”.
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