No primeiro dia das alegações finais do julgamento, a procuradora Leonor Machado pediu a condenação do ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira pelo crime de corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais, mas com uma pena não superior a cinco anos e suspensa.
Quanto ao advogado Paulo Amaral Blanco, o Ministério Público pediu que fosse condenado por corrupção ativa, mas também com uma pena suspensa.
Sobre o empresário Armindo Pires, a procuradora pediu ao coletivo de juízes que decidam de acordo com o melhor critério, considerando, contudo, que não há factos que comprovem que o arguido cometeu um crime de corrupção.
No final da sessão da manhã, Orlando Figueira disse aos jornalistas que ficou "surpreendidíssimo com a condenação pedida pelo Ministério Público".
Contudo, acrescentou, está certo de que "o tribunal esteve atento a estes seis meses de julgamento e chegará a outra conclusão".
O advogado de Armindo Pires admitiu, numa curta declaração, "ter ficado satisfeito com a análise do Ministério Público em relação ao seu cliente".
O assistente do processo, representado pelo advogado Luís Rolo, disse não ter concordado com a análise da procuradora do MP quanto à interpretação da prova produzida, defendendo, em alguns casos, a extração de certidões para futura investigação, sem, contudo, avançar nomes.
O ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires são os três arguidos.
A Operação Fizz, julga um caso que envolveu também o antigo vice-presidente de Angola Manuel Vicente, mas cujo processo foi entregue às autoridades angolanas.
O julgamento da Operação Fizz teve início a 22 de janeiro e assenta na acusação de que Orlando Figueira recebeu 760 mil euros para arquivar processos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), um deles o caso da empresa Portmill, relacionado com a aquisição em 2008 de um imóvel de luxo situado no Estoril.
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