O apoio a um aumento acentuado das metas climáticas da UE tendo em conta o Acordo de Paris acontece a cerca de um mês da conferência internacional de Katovice, na Polónia (Conferência das Partes, COP24).
A resolução foi aprovada em Estrasburgo por 239 votos a favor, 145 contra e 23 abstenções.
“As necessárias soluções tecnológicas estão disponíveis e são cada vez mais competitivas em termos de custos. Todas as políticas da UE deverão estar alinhadas com os objetivos de longo prazo estabelecidos pelo Acordo de Paris” (de redução de emissão de gases), sublinha o PE num comunicado.
Desde a assinatura do Acordo, no final de 2015, a UE adotou um conjunto de medidas legislativas para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa, incluindo a eficiência energética, as energias renováveis e a reforma do mercado do carbono.
O comissário europeu para a Ação Climática, Miguel Arias Canete, defende que a UE pode reduzir as emissões em 45% até 2030, graças às novas leis.
No início de outubro os ministros do Ambiente dos 28 Estados disseram que é “mais urgente do que nunca intensificar os esforços globais para evitar os efeitos perigosos das alterações climáticas”.
O apelo hoje votado pelo Parlamento, no sentido de um esforço maior de redução da emissão de gases, é um contributo para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus, disse a organização não-governamental “Climate Action Network”.
A organização ambientalista portuguesa Zero também considerou a resolução importante, mas salientou que a UE precisa de “ações concretas e imediatas”.
Atingir os 45% aproximaria “os países europeus do esforço que é necessário para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC”, salienta a Zero em comunicado, acrescentando que o com o apelo os deputados estão “a reforçar a liderança climática” da UE.
E alerta a Zero: “Para permanecer abaixo do limite de 1,5ºC, a UE no seu todo terá de aumentar significativamente a meta definida para 2030, eventualmente para além desta redução de 55%, para alcançar a neutralidade das emissões de gases com efeito de estufa até 2040″.
Eugénio Sequeira, presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), também se mostrou satisfeito com a resolução e alertou para a urgência de se tomarem medidas. “Já estamos a pagar caro”, disse o especialista em alterações climáticas, acrescentando: “As pessoas pensavam que eram [as alterações] a 20 ou 30 anos, mas os efeitos fazem-se sentir muito mais cedo e mais rapidamente”.
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