De acordo com um estudo realizado por um grupo de cientistas da Apopo, uma ONG fundada na Bélgica e sediada na Tanzânia, e publicado na revista Frontiers in Conservation Science, os ratos são capazes de farejar escamas de pangolim, chifres de rinoceronte e madeira moderna.
O The Guardian explica que, numa experiência recente, os cientistas treinaram oito ratos gigantes africanos para farejar produtos de vida selvagem traficados ilegalmente, mesmo estando escondidos no meio de amendoins, folhas, perucas ou sabão em pó.
Inicialmente, os roedores eram recompensados com uma bolinha de comida se mantivessem o focinho durante três segundos sobre uma amostra de escamas de pangolim, madeira moderna, chifres de rinoceronte ou marfim.
Vestidos com coletes vermelhos e presos às coleiras, os ratos utilizavam um género de apito pendurado na frente dos coletes para, com as patas dianteiras, alertar os tratadores quando encontravam os materiais, recebendo outra recompensa em comida.
Segundo os investigadores, os animais continuaram a ser capazes de detetar escamas de pangolim, madeira moderna e chifres de rinoceronte após oito meses sem sentir os cheiros, o que sugere que os ratos podem lembrar-se de cheiros como os cães farejadores.
Contudo, ao fim do mesmo tempo, os ratos não conseguiram identificar o marfim, que estava armazenado com os chifres de rinoceronte.
Já em 2023, um conjunto de ratos foi colocado à prova numa simulação de tráfico ilegal no porto de Dar es Salaam, capital comercial da Tanzânia. Na época, os roedores encontraram 85% das amostras plantadas, segundo a Apopo.
Os investigadores acreditam que, a longo prazo, os ratos podem ser uma arma útil para as autoridades na luta contra o tráfico de animais selvagens ameaçados de extinção.
De acordo com a Interpol, anualmente, os produtos de vida selvagem traficados ilegalmente movimentam até 20 mil milhões de dólares (18.420.000.000 euros).
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