Começando por agradecer aos fundadores da Altice, Patrick Drahi e Armando Pereira, o “enorme voto de confiança” para o cargo, Alexandre Fonseca indica, na missiva a que a agência Lusa teve acesso, que “esta alteração na liderança da PT e a nomeação para presidente executivo ocorrem na sequência de uma reorganização da gestão do grupo Altice”.
Contudo, “isto não significa que a estratégia já definida seja alterada, pois continuaremos a implementação de um programa integrado e convergente nas áreas das Comunicações, Media & Conteúdos e Publicidade Digital”, assegura.
Na carta, Alexandre Fonseca estipula também o desafio da empresa para o próximo ano.
“Ir mais longe e crescer o nosso negócio, na área das Comunicações, mas, essencialmente, procurar este crescimento em novas áreas de atividade, criando parcerias estratégicas que permitam diversificar a nossa oferta, alargar o nosso espetro de atuação no mercado e aumentar a nossa influência e relevância na transformação digital das organizações e da sociedade portuguesa”, enumera.
Ao mesmo tempo, o novo presidente executivo quer “dar uma nova dimensão ao papel de motor de desenvolvimento e competitividade da economia nacional”, reforçando a “presença institucional e a capacidade de comunicação, interna e externa, sem abdicar da responsabilidade social”.
A francesa Altice comprou a PT Portugal há dois anos, depois do acordo para a compra da Media Capital, dona da TVI, à espanhola Prisa, anunciado em 14 de julho.
Na missiva, o responsável vinca ainda que necessita do empenho e compromisso dos funcionários para a empresa “evoluir e crescer”.
“O exercício da liderança é um exercício coletivo”, assinala, falando na pretensão de uma “verdadeira equipa Altice/Portugal Telecom unida, que fale a uma só voz e com uma liderança próxima”.
O apelo surge numa altura em que a empresa tem sido alvo de protestos por motivos laborais.
Alexandre Fonseca assumiu a 21 de novembro as funções de presidente executivo da Portugal Telecom (PT), substituindo Claudia Goya, que passou a presidente não executiva ('chairwoman') da empresa de telecomunicações da Altice em Portugal.
Reagindo à missiva, o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT) nota, em comunicado, que o novo presidente executivo da Altice/Meo “promete o paraíso na PT Portugal e o céu na Altice”.
“O que os trabalhadores estão à espera é de uma gestão que os respeite na sua dignidade pessoal e profissional, que os motive reconhecendo o seu desempenho laboral e a sua dedicação à empresa, que os remunere de acordo com as funções e categoria que detêm, que melhore a retribuição dos mais jovens e talentosos trabalhadores, que garanta a estabilidade do emprego, que respeite as disposições legais e contratuais, que envolva os trabalhadores nas decisões da empresa e que proporcione um clima saudável de trabalho e desenvolvimento da PT”, sublinha o STPT.
E questiona se “será este o caminho que o engenheiro Alexandre Fonseca estará disponível para proporcionar”.
“O STPT gosta sempre de dar o benefício da dúvida, mas a situação na PT Portugal criada pela Altice já não dá grande margem para termos, em conjunto com os trabalhadores, as melhores perspetivas”, conclui.
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