Em declarações à agência Lusa, à margem de um evento que juntou empresários, alunos e ex-alunos do MBA (Master of Business Administration, curso de pós-graduação) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), Caldeira Cabral disse que "está a crescer [em Portugal] o investimento em indústrias que utilizam mais engenheiros, mais pessoas qualificadas, mais designers" e isso está a acontecer nos setores do calçado, automóvel ou farmacêutico, entre outros, adiantou.
"Há vários exemplos que aconteceram este ano [de 2016] de grandes investimentos que, para além de uma componente industrial, têm também uma componente de investigação. E essa componente de investigação é importante porque significa que estamos a criar em Portugal empregos qualificados para os jovens com doutoramentos, com licenciaturas, que queiram trabalhar no nosso país", argumentou o ministro da Economia.
"Penso que este é o caminho para inverter essa saída de 'cérebros', penso que os dados de 2016 e 2016 já devem, de facto, mudar [esse cenário] e a criação de emprego muito grande que houve e, em particular, a diminuição do desemprego jovem são também sinais positivos nesse sentido", adiantou Caldeira Cabral.
No entanto, o governante disse não possuir uma "visão fechada" sobre os profissionais qualificados portugueses que decidem emigrar.
"Não tenho uma visão fechada sobre os portugueses poderem estar um período no estrangeiro, como também não tenho sobre os estrangeiros virem trabalhar para Portugal", frisou, reafirmando a importância de Portugal criar empregos de qualidade e as empresas nacionais evoluírem na sua produção.
A esse propósito, sem adiantar números, o ministro da Economia disse que as indústrias ligadas à saúde, como a farmacêutica ou de dispositivos médicos, "vão atingir um recorde em 2016, com um crescimento bastante mais acentuado do que tiveram no ano anterior".
Sobre o evento promovido pelo Clube MBA da FEUC, Caldeira Cabral considerou muito importantes os estudos avançados de gestão, argumentando que Portugal tem boas escolas de gestão, bons gestores, "mas tem uma deficiência de gestão ao nível de muitas empresas".
"Estas iniciativas são muito importantes para reunir os gestores com o conhecimento das universidades mas principalmente para criar relação entre várias empresas e pessoas que vão estar em carreiras profissionais muito diferentes", alegou.
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