Déjà-vu (ou nem por isso?)
Não foi necessário um ano, mas não ficou muito longe disso. Praticamente 10 meses depois do primeiro confinamento devido à covid-19, Portugal preparou-se hoje para entrar no segundo.
Paira, por isso, uma estranha sensação ambivalente:
- Por um lado, admite-se uma certa inevitabilidade. Perante o enorme número de novos casos que se têm somado de dia para dia, dificilmente alguém terá ficado surpreendido que o Governo tenha optado por puxar a alavanca de emergência;
- Por outro, uma familiaridade amarga, porque já passámos por isto e sabemos como é. Como quem repete um exame médico doloroso, temos o conforto de saber do que se trata, mas nem por isso custa menos, especialmente para quem se estava a refazer do anterior “lockdown”.
Este, porém, não é bem um daqueles casos onde a tendência é para usar chavões de que “a história não se repete, mas rima”. Sim, vamos ficar em casa — pelo menos a maioria que pode operar em teletrabalho ou que tem de se submeter ao lay-off —, mas há bastantes diferenças a ter em conta de março até agora.
Para começar, o dito teletrabalho é agora obrigatório em todas as instâncias em que possa ocorrer, as escolas vão continuar abertas e o Governo vai permitir exceções que em março e abril não tiveram lugar, como a organização de cerimónias religiosas ou a visita a lares.
Além disso, estamos perante um evento a nível nacional que forçosamente implica a deslocação de pessoas. Mesmo facilitando o processo de votação antecipada, é de crer que — mesmo que a abstenção se tema ser ainda mais gravosa que noutros anos — haja muita gente (“muita” em termos sanitários) a ir às urnas no dia 24 para escolher o seu candidato presidencial.
Mas se os tempos que se avizinham por um lado são um rumo ao desconhecido, por outro a verdade é que hoje deram-se certos acontecimentos que se repetiram, mas sob contornos distintos. O Reino Unido, por exemplo, voltou a bloquear os voos para Portugal como fez no verão. No entanto, se nessa altura a causa foi a elevada incidência de casos em certas zonas do nosso país, hoje a justificação deveu-se à tentativa de evitar a nova variante brasileira do coronavírus.
Esta sensação de retorno-que-não-é foi adensada por mais anúncio solene por parte do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, ladeado por Graça Fonseca, quanto à aplicação de medidas governamentais para apoiar o emprego, a economia e a cultura. Tal como ocorreu em março, também agora voltam o lay-off, as linhas de crédito e as isenções de taxas. Mas lá está, a diferença aqui é que os apoios hoje prometidos e revelados não servem tanto para salvar um tecido empresarial entrado nas urgências, mas para, pelo menos, mantê-lo vivo nos cuidados intensivos.
Confrontado com este novo confinamento que outrora avisou que o país não aguentaria, António Costa voltou hoje a dar a cara pelas decisões do Governo, numa longa entrevista na TVI.
“Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para evitar chegar a esse ponto”, concedeu o primeiro-ministro, lembrando que quem governa nesta fase do campeonato tem de fazê-lo com um "equilíbrio no fio da navalha”.
“Sempre que aligeiramos as medidas, isso faz aumentar a pandemia. Sempre que restringimos as medidas, isso atinge duramente a economia. Mas temos sempre de privilegiar aquilo que é fundamental, que é a situação sanitária, por isso neste momento não podemos hesitar e a mensagem a passar é que temos mesmo de fechar”, explicou António Costa.
Tudo isto já foi bem interiorizado pela população, mas nem por isso custa menos saber que, pelo menos no próximo mês, teremos todos de voltar a ficar em casa.
- 21:44
- Lá vamos nós para mais um confinamento. Já estamos habituados, já não custa tanto, mas há algumas diferenças relativamente ao do ano passado.
-
- 20:55
-
António Costa e o novo confinamento: “Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para evitar chegar a esse ponto”
A horas do país entrar no segundo confinamento devido à pandemia da Covid-19, António Costa deu uma entrevista à TVI. O primeiro-ministro disse que o Governo fez todos os possíveis para evitar as novas medidas restritivas, defendeu a aberturas das escolas e apontou junho como mês em que "disparará"
-
- 20:03
-
Covid-19: Governo aprova apoio extraordinário de 10% ao preço da eletricidade
O Governo aprovou um regime de apoio extraordinário ao preço da eletricidade, que se irá traduzir num desconto de 10%, dirigido a quem tem tarifa social ou potência contratada igual ou inferior a 6,9 kVa (quilovolt-ampere).
-
- 19:42
-
Covid-19: Estudo do São João revela que 95 a 97% dos vacinados apresentam anticorpos em 15 dias
Entre 95 a 97% dos profissionais de saúde vacinados contra a covid-19 no Hospital de São João, Porto, apresentaram, 15 dias após a primeira toma, anticorpos que conduzem à imunidade, revelou hoje o diretor do serviço de patologia clínica.
-
- 19:24
-
UEFA determinada a manter Euro2020 e provas europeias como planeado
O Euro2020 de futebol, adiado para 2021 devido à covid-19, vai disputar-se como programado no próximo verão, uma vez que a UEFA não considera alterar os planos, apesar da pandemia estar a afetar outras modalidades.
-
- 17:58
-
Governo anuncia novos pacotes de apoio. Cultura vai receber 42 milhões de euros "a fundo perdido". Lay-off para empresas "recuperado e reforçado"
As medidas de apoio às empresas e à Cultura foram anunciadas um dia depois de serem conhecidas as regras do segundo confinamento. No setor da cultura, foi aprovado um pacote de 42 milhões de euros e cada trabalhador do setor vai ter direito a receber 438 euros. Quanto às empresas, o programa Apoiar
-
- 17:13
-
Confinar não significa passar ao lado da cultura. Saiba com que eventos pode contar nesta semana
A partir desta sexta-feira, dia 15 de janeiro, Portugal volta a entrar em confinamento. De acordo com as medidas anunciadas, os estabelecimentos culturais fecham as portas durante um mês e, por isso, o país volta-se para o online. A agenda semanal do SAPO24 conta-lhe a que eventos poderá ir, a parti
-
- 16:47
-
Presidenciais: Voto vai ser recolhido em lares, mas idosos têm de se inscrever na plataforma do voto antecipado
Os idosos residentes em lares podem votar para as presidenciais na instituição onde vivem, mas têm de se inscrever na plataforma do voto antecipado até 17 de janeiro, porque só assim o voto é recolhido, anunciou hoje o Governo.
-
- 16:14
-
Covid-19: Reino Unido proíbe viagens a partir de Portugal devido a variante brasileira
O Governo britânico decidiu, esta quinta-feira, proibir viagens com origem em Portugal, entre outros países, devido à nova variante brasileira do coronavírus.
-
- 15:46
-
Moita Flores acusado de corrupção e branqueamento por obra quando foi autarca em Santarém
O Ministério Público deduziu acusação contra o ex-presidente da Câmara de Santarém Moita Flores e um empresário, no âmbito das obras no Jardim da Liberdade, pela prática dos crimes de corrupção e de branqueamento.
-
- 14:21
-
Covid-19: Imunidade pode durar até cinco meses após infeção
A maioria das pessoas que tiveram covid-19 registam uma imunidade média de 83% à doença durante pelo menos cinco meses, mas podem ser reinfetadas e transmitir o vírus, segundo um estudo da agência de Saúde Pública de Inglaterra (PHE).
-
- 13:43
-
Covid-19: A variante descoberta no Reino Unido já se encontra a circular em 25 países europeus
A nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido já foi detetada em pelo menos 25 países europeus, incluindo a Rússia, afirmou hoje o diretor regional europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS).
-
- 13:41
-
Teatros do Porto antecipam e reagendam espetáculos com o regresso ao confinamento
As regras do governo para o confinamento deixaram os espetáculos culturais da lista de exceções. Assim, os teatros têm de se reorganizar e pensar o futuro. No Porto, o Teatro Nacional São João ainda estuda os próximos passos; o Teatro Municipal antecipou o espetáculo de amanhã para esta quinta-feira
-
- 13:37
-
Covid-19: Presidente da República assinou decreto que regulamenta estado de emergência
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinou hoje o decreto do Governo que regulamenta o estado de emergência, impondo um dever geral de recolhimento domiciliário e a suspensão de um conjunto de atividades.
-
- 11:40
-
Ana Mendes Godinho testa positivo à Covid-19. Ministros do Ambiente e Mar em isolamento
Ana Mendes Godinho testou positivo à Covid-19. A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social tem "sintomas ligeiros e encontra-se em confinamento domiciliário".
-
- 11:34
-
O fado de Alfama, entre a solidão e a entreajuda
Alfama, símbolo de bairrismo e festa, também pode ser sinónimo de solidão. Etelvina e Gertrudes, de 82 e 83 anos, são exemplo disso, como tantos outros idosos, mas há quem recuse deixá-los sozinhos, mantendo a tradição da boa vizinhança.
-
- 08:58
-
Caso vigilância a jornalistas. E-mails de diretores da PJ apreendidos
Os e-mails e o registo de comunicações feitas através do telemóvel durante um ano do então diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) foram apreendidos em 2019.
-