Entre Maio de 1974 e Novembro de 1975 cerca de 500.000 pessoas vieram de Angola e Moçambique (não há números exatos), numa migração forçada que envolveu muito sangue, suor e lágrimas - situação de que o país não gosta de falar, mas que ainda é lembrada por muita gente. A jornalista Alexandra Marques
A investigadora Alexandra Marques defende que a descolonização portuguesa poderia ter sido diferente, sem as implicações traumáticas que a caracterizaram.
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, vai ser ouvida no parlamento sobre a eventual devolução de obras de arte às ex-colónias portuguesas, na sequência da aprovação hoje de um requerimento do Chega.
A descolonização portuguesa proposta pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) foi um dos principais pontos de divergência política no próprio dia do golpe militar de 25 de abril de 1974, provocando ruturas que ainda hoje se mantêm.
António Barreiros, autor do livro “No Centro do Vulcão”, que é lançado no sábado em Lisboa, considera que a história contemporânea de Portugal, designadamente a independência das antigas colónias, continua a ser marcada por falta de debate e interesse.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu hoje que a revolução do 25 de abril de 1974, que acabou com a ditadura em Portugal, só foi possível "graças à ação dos movimentos de libertação das então colónias".
A descolonização dos museus vai ser tema de um debate promovido pela Associação Acesso Cultura a 22 de março, em Lisboa, com a presença de vários especialistas convidados, entre eles Wayne Modest, subdiretor do Tropenmuseum, na Holanda.
Portugal apenas participa na descolonização em África devido ao 25 de Abril mas o processo foi desencadeado previamente através da resistência do colonizado, sustenta o general Pedro de Pezarat Correia, autor de um recente livro sobre o tema.