A Apollo 8 foi lançada pelos norte-americanos a 21 de dezembro de 1968, ano em que a Guerra Fria - conflito não bélico entre os Estados Unidos e a União Soviética - passou a incluir a corrida à Lua.
A missão tripulada, que durou praticamente uma semana, foi enviada do centro espacial Kennedy, na Florida, e a bordo do foguetão Saturn V seguiam três astronautas.
Para a agência espacial norte-americana NASA, que conduziu as operações, a Apollo 8 foi um teste para a primeira alunagem humana, que aconteceu em 20 de julho de 1969 com a missão Apollo 11.
Pela primeira vez na história da exploração espacial, astronautas deixaram, em 1968, a órbita terrestre e observaram o lado oculto da Lua, o que não pode ser visto da Terra.
A aproximação ao satélite natural deu-se a 24 de dezembro. Neste dia, a tripulação, formada por Frank Borman, Jim Lovell e Bill Anders, desejou ao mundo um "Feliz Natal", uma mensagem vista em direto pela televisão por milhões de pessoas em vários países, de acordo com informação publicada no arquivo digital da NASA.
No dia seguinte, em Portugal, o centenário Diário de Notícias titulava na primeira página, com uma foto da Lua capturada pelos astronautas, "O primeiro Natal da era planetária", referindo que o comandante da missão, Frank Borman, "rezou na imensidão do céu" e "recitou uma oração pela paz universal".
Na mesma página, o jornal assinalava também o "momento decisivo" da Apollo 8, que, "depois de ter dado 10 voltas à Lua, iniciará a viagem de regresso à Terra".
A tripulação da Apollo 8 chegou a 'casa' a 27 de dezembro, com o módulo lunar a cair no oceano Pacífico e os astronautas a serem resgatados do mar por um helicóptero que os colocou a salvo numa embarcação. A nave foi igualmente recuperada.
Durante o tempo em que estiveram no espaço, os astronautas tiraram fotografias da superfície da Terra e da Lua, incluindo das possíveis áreas de alunagem de futuras missões humanas.
Respondendo ainda em órbita a uma pergunta de um técnico do centro de controlo da Apollo 8, o piloto da nave, Bill Anders, descreveu a superfície da Lua como areia de uma praia suja e com muitas pegadas.
"Os astronautas verificaram: a Lua é triste, desoladora e desértica, a menos inspiradora das musas possíveis", escrevia na primeira página o Diário de Notícias, acrescentando que, em contrapartida, "o brilho da Terra vista da Lua é oito vezes mais intenso do que o luar".
Até dezembro de 2022, a NASA evoca os 50 anos das 11 missões lunares Apollo tripuladas, inclusive as alunagens feitas entre julho de 1969 (a primeira) e dezembro de 1972 (a última).
A agência espacial norte-americana pretende colocar novamente astronautas na Lua para testar tecnologias que possam ser úteis para uma futura missão tripulada a Marte.
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