O evento é promovido pelo Cineclube de Arouca e, segundo João Rita, presidente desta estrutura e diretor do festival, a mudança para uma calendarização mais extensa visa “dar resposta ao apelo dos participantes, que sentem a necessidade de ter mais espaços de discussão sobre temáticas emergentes no mundo do cinema, e exigem maior reflexão por quem se dedica à produção, realização e difusão de obras cinematográficas”.
À 17.ª edição do festival concorreram menos filmes do que em 2018, já que as candidaturas passaram de 785 para 700, mas essas obras continuam a ser provenientes “de todo o mundo”, e resultam agora numa maior seleção de concorrentes: se no ano passado só foram escolhidas para competição 41 produções, em 2019 elas serão 55.
Após uma pré-abertura do evento a 05 de setembro, em São João da Madeira, onde o Cineclube de Arouca também desenvolve iniciativas de promoção da Sétima Arte, as principais categorias competitivas do festival continuarão a ser ficção, documentário, animação, ‘videoclip’ e filme experimental, mas em 2019 o certame lança duas novas modalidades relativas a longas-metragens “exclusivamente portuguesas” e a obras sobre o universo laboral.
“A secção de longas-metragens é destinada à promoção e divulgação da cinematografia portuguesa, com o intuito de divulgar de forma eficaz o cinema nacional e aproximá-lo do público”, explica João Rita à agência Lusa.
Já a criação da rubrica “Enterprise Smart Video” pretende ser “uma mostra mundial de filmes realizados em ambiente empresarial, na sua maioria por operários”, com o que o Cineclube de Arouca quer “estimular a criatividade e a apetência pelo uso do vídeo”, no tecido empresarial da região.
Particularmente frequente nas diversas categorias competitivas do evento é a presença “quase transversal” de filmes que abordam “a homofobia e as relações interpessoais”, divulgando a mensagem de que há que reforçar “o respeito pelo outro e pela diferença, e o apelo à tolerância, ao diálogo e à liberdade de pensamento”.
João Rita defende, aliás, que esses temas “são extremamente importantes no atual contexto mundial” e que a sua inclusão nos argumentos cinematográficos reflete o empenho dos realizadores em contribuir para “um mundo mais aberto, mais justo, livre e tolerante” – o que, por sua vez, comprova igualmente “o papel catalisador do cinema na mudança social”.
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