Todos os anos, o Brasil produz várias longas-metragens com sucesso em festivais mundiais e junto do público. Dar a conhecer “a diversidade do cinema brasileiro” e retratar o “quotidiano do Brasil” são os principais objetivos desta Mostra, como conta ao SAPO24 Fernanda Bulhões, a diretora da Linhas Produções Culturais, um dos parceiros da iniciativa.
A responsável acredita que, “por meio da arte” se consegue “mostrar mais rapidamente a cultura do povo”. “São recortes da vida quotidiana do Brasil que podem fazer com que o público entenda um pouco melhor a forma como nós vivemos: as nossas alegrias, as nossas angústias, as nossas festas, as nossas tristezas”, acrescenta.
O cartaz soma 14 filmes de diferentes géneros - do drama à comédia, dos documentários aos musicais.
O principal critério para a seleção dos filmes foi a diversidade. “Esta mistura faz-se necessária para mostrar a grandiosidade da produção brasileira atual”, explica Fernanda Bulhões.
Acima de tudo, a organização procurou escolher produções recentes e premiadas.
Alguns dos destaques da Mostra são “Nise, o coração da loucura”, de Roberto Berliner, “João, o Maestro”, de Mauro Lima, “Bingo, o rei das manhãs”, de Daniel Rezende, e “Ana e Vitória”, de Matheus Souza.
A sessão de abertura será com “Nise, O coração da loucura”, um filme que conta a história real de como uma psiquiatra brasileira, Nise da Silveira, introduziu o tratamento pela arte numa instituição de saúde mental do Rio de Janeiro nos anos 30 e 40 que recorria aos eletrochoques. A protagonista é a atriz Glória Pires.
A obra venceu diversos prémios, entre os quais o de melhor filme e o de melhor atriz no 28.º Festival de Tóquio (2016), o de melhor filme e o prémio da audiência no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro (2015), e o de melhor filme no Festival BRICS de Cinema, na China (2017).
“João, o maestro” é uma cinebiografia do pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins, considerado um dos maiores intérpretes de Bach do mundo.
Daniel Rezende, que está indicado pelo Brasil ao Óscar 2018, também conhecido por ter feito a montagem do filme "Cidade de Deus", contribui com “Bingo, o rei das manhãs”, a história de um palhaço que fez muito sucesso na televisão brasileira, nos anos 80.
“Ana e Vitória” é uma comédia romântica musical de Matheus Souza sobre uma dupla de artistas que está a fazer sucesso no Brasil - e que canta um tema com o português Diogo Piçarra. O filme terá estreia mundial na Mostra, no dia 20 de julho.
Do cartaz fazem, ainda, parte “A voz do silêncio” (André Ristum), “Antes que eu me esqueça” (Tiago Arakilian), “Paraíso perdido” (Monique Gardemberg), “Fevereiros” (Márcio Debellian), entre vários outros.
Direcionada para o público em geral, a Mostra foi especialmente planeada a pensar “no público português e nos brasileiros que aqui estão agora”, diz Fernanda Bulhões, em conversa com o SAPO24. Os filmes não são legendados.
Alguns nomes dos filmes estarão presentes no Cinema São Jorge, ao longo dos dias do evento, para debates com o público. Augusto Madeira, ator em quatro das produções em exibição, Stephanie de Jongh, atriz em “A voz do silêncio”, Marcos Debellian, realizador de “Fevereiros”, e a dupla Anavitória, que dará um breve concerto no final da sessão, são alguns dos convidados.
Esta é a primeira edição da Mostra, mas a organização quer que a iniciativa passe a fazer “parte do calendário cultural da cidade”, revelou Fernanda Bulhões ao SAPO24.
A 1.ª Mostra de Cinema do Brasil é organizada pela Embaixada do Brasil em Lisboa, em parceria com a Linhas Produções Culturais e o Cinema São Jorge.
Os bilhetes das sessões têm custo de 3,50 euros. Maiores de 65 e menores de 25 pagam apenas 3,00 euros.
(Notícia corrigida às 12h56 de 19 de julho: alterada a função de Daniel Rezende no filme "Cidade de Deus")
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