“Não houve proximidade entre trabalhadores, nem o habitual convívio, mas apenas o exercício de um direito que conquistámos em Abril de 1974 e do qual não abdicamos”, afirma em comunicado a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN).
Relativamente às críticas feitas por partidos políticos e outras entidades às celebrações do Dia do Trabalhador na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, a CGTP diz repudiar “veementemente o exercício persecutório aos que ousam lutar usando o espaço público”.
Para a estrutura sindical, “tal ação não é compatível com a democracia”: “os direitos, nomeadamente os direitos coletivos dos trabalhadores, não estão suspensos e nas iniciativas realizadas foram garantidas todas as normas de proteção da saúde e distanciamento sanitário, como aliás foi publicamente constatado por todos”.
“Aliás, esta campanha, que também já tinha sido tentada nas comemorações do 25 de Abril, tem como objetivo tentar impedir a luta e as ações em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores não só no 1º de Maio mas também no futuro”, sustenta no comunicado.
Para a CGTP, o Dia do Trabalhador foi “um exemplo do exercício de um direito arduamente conquistado”, porque não só cumpriram todas as regras, como exigiram “a efetivação de todas as normas de proteção individual e coletiva para todos os que continuam a trabalhar e para aqueles que vão retomar a sua atividade brevemente”.
“Não pudemos realizar as manifestações que teriam a participação de centenas de milhares de trabalhadores, nem realizamos qualquer ação nacional”, observa.
Quanto às críticas de terem chegado manifestantes de fora de Lisboa em autocarros, numa altura em que é proibida a circulação entre concelhos, a CGTP refere que os participantes se deslocaram de “pontos da Área Metropolitana, em transporte individual ou em autocarros cuja lotação não ultrapassou um terço da capacidade”, usando todos equipamentos de proteção individual.
“As iniciativas que a CGTP-IN realizou no 1.º de Maio em 24 localidades deram voz aos milhões de trabalhadores que em Portugal estão a sofrer as consequências das opções e desequilíbrios das medidas decididas no plano económico e social, que estão a ser brutalmente agravadas no quadro do surto epidémico e da necessidade de encerramento de algumas atividades e confinamento de grande parte dos trabalhadores e da população”, salienta.
A central sindical criticou ainda que “há sectores” da sociedade que “procuram no surto epidémico a justificação para o regresso ao passado, para a reintrodução do totalitarismo, de mordaças e do unanimismo como única forma de pensar e estar”.
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