Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, durante a manifestação do 1.º de Maio da CGTP-IN, acusou o PS de estar ao lado do PSD e do CDS-PP em matéria de legislação laboral, contra as iniciativas do PCP.
Segundo o secretário-geral do PCP, "muitos dos problemas que hoje existem poderiam ser resolvidos e não se resolveram devido a esta convergência PSD e CDS".
"Há semanas atrás derrotaram iniciativas de grande importância, que são aspiração e reivindicação dos trabalhadores portugueses", referiu.
Interrogado sobre o valor previsto pelo Governo para o salário mínimo em 2019, o secretário-geral do PCP respondeu que "600 euros não são aceitáveis num quadro em que tem havido tanta desvalorização dos salários dos trabalhadores".
"Defendemos o aumento geral dos salários, seja no público, seja no privado", afirmou.
No que respeita à política salarial na Administração Pública, Jerónimo de Sousa disse que os funcionários públicos "há nove anos não levam um cêntimo de aumento".
"Isso é um escândalo, é inaceitável, tendo em conta que esses trabalhadores perderam poder de compra de uma forma significativa. É da mais elementar justiça que sejam aumentados", considerou.
De acordo com Jerónimo de Sousa, o descongelamento de carreiras foi "importante, devido à insistência e à proposta do PCP, mas claramente insuficiente".
"O Governo deve disponibilizar-se a negociar com os sindicatos a possibilidade de um aumento real dos salários da Administração Pública", reforçou.
O secretário-geral do PCP comparou a concentração da riqueza com a evolução dos rendimentos dos trabalhadores: "A parte de leão continua a ir para uma minoria, enquanto a maioria dos trabalhadores, uns cresceram 0,3%, 0,5%, e isto num quadro em que houve esse aumento do salário mínimo nacional".
"É tempo de repor uma mais justa distribuição da riqueza", concluiu.
Interrogado sobre o Orçamento do Estado para 2018, Jerónimo de Sousa repetiu a posição de princípio do PCP de que "não há apoios antecipados" e o compromisso do seu partido é "fazer o exame, examinar a proposta" do Governo.
"Não existe proposta, não existe documento, portanto, seria, naturalmente, apressado e errado fazermos já juízos de valor de uma coisa que ainda não conhecemos. Não existe. Temos esta disponibilidade, participaremos na discussão do Orçamento do Estado, da sua proposta, para procurar melhorar também nesse documento fundamental a vida dos portugueses", acrescentou.
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