20 quilómetros é quase a distância de duas vezes a Ponte Vasco da Gama, a mais longa da Europa Ocidental com 12,3 quilómetros. E foram precisamente 20 quilómetros a quantidade de rolo de papel higiénico colorido da Renova que foram usados numa instalação artística que esteve em exibição na 7ª edição do MOVE Moda, em Sevilha, no verão de 2018, e que deu origem a um livro, “Explosão de Cor RAL 7, apresentado no final do ano passado.
Um projeto que nasceu na Escola de Desenho CEADE Leonardo, obra de um grupo de estudantes do curso de Design de Interiores, e que acabou por chamar a atenção do CEO da empresa portuguesa, Paulo Pereira da Silva, quase por acaso.
Foi num dos seus passeios digitais pelas contas de Instagram de “gente jovem” que deu pela iniciativa. “Aprende-se imenso com eles, têm hábitos de vida e de comunicar muito diferentes dos meus”, conta o CEO da Renova ao The Next Big Idea que confessa também que ter uma “infinita curiosidade sobre essa comunicação”. Curiosidade, diz, “como tive em relação aos clássicos no passado da literatura”. “Os jovens e a maneira como comunicam nas redes sociais são os meus novos clássicos. E foi assim que comecei a ver um destaque da escola ligado à Renova”, explica.
Mas afinal de que trata um projeto que recorreu a 1500 rolos de papel higiénico da marca portuguesa? Denominada RAL7, a instalação resultou da reflexão por parte de professores e alunos sobre a influência positiva do design e do interesse em gerar e materializar soluções formais e técnicas que, além de permitirem o uso funcional dos espaços interiores, se tornem expressões artísticas de demandas sociais.
Paulo Pereira da Silva destaca a “obsessão pela qualidade” e a “multidisciplinariedade” do projeto, feito à “imagem daquilo que a Renova tenta fazer com os seus produtos”. Isto é “trazer alegria, movimento, cor, sensações, bem-estar e experiências”.
A ligação da Renova a várias expressões artísticas tem sido uma peça chave na estratégia de comunicação e de inovação da marca. Há um conjunto de trabalhos materializados com a chancela “Renova Arte” cujo propósito é promover a proximidade da marca a criadores, uma convivência entendida como fundamental no ADN da empresa.
“Uma marca para ter conceitos novos é extremamente importante estar ligada a mundos diferentes, na interceção de mundos diferentes – pode ser a Arte, poder ser a Ciência, a Engenharia – e depois ter uma obsessão pela qualidade na realização desses conceitos. E esses conceitos vêm de onde? Para mim, vêm muito do mundo, das redes que existem no mundo, não vêm de salas fechadas com pessoas a pensarem que vão um dia ter um papel novo”.
É essa a génese de projetos tão distintos como a instalação em Sevilha, a presença na ARCO 2017 e a associação da fotografia ao desenho e à dança que se traduziu no projeto “Paisagens do Corpo” e que envolveu cerca de 30 bailarinos modelos.
O futuro como o passado da Renova vai definir-se pela capacidade de criar coisas novas, de estar próximos de diferentes universos de ideias e saber ouvir as diferentes interpretações que uma mesma realidade pode ter. Nomeadamente ao nível do espaço da casa, um local em profunda reinvenção, quer pela tecnologia, quer pelos modos de vida, e onde a Renova quer continuar a ser uma marca de eleição.
“O mundo está a andar com muita rapidez. O que era interessante era que Portugal fosse mais criativo, acho que nos últimos anos isso tem vindo a acontecer. Há cada vez mais projetos interessantes, de gente interessante. Temos imenso talento, temos gente muito boa, mas às vezes temos tido muito pouca capacidade, ou as pessoas novas têm tido pouca capacidade, em arriscar e fazer as suas próprias empresas. Com a nossa dimensão se calhar não podemos ter tudo, é preciso escolher e dizer ‘se calhar temos de arranjar um setor ou dois e ser muito bons de um ponto de vista fundamental, porque não podemos ser em todos’. Agora temos dado passos enormes nos últimos anos, gosto de ver como uma coisa positiva e não nos comparar com países que andam há 200 anos nisto”.
No que toca à Renova, Paulo Pereira da Silva quer cada vez mais afirmar a marca hoje presente nos principais mercados mundiais pela sua origem portuguesa. “Gostava muito que os portugueses tivessem um enorme orgulho na Renova e que a sentissem como uma coisa deles, porque é feita em Portugal e é feita por portugueses. Há pouco tempo alguém me perguntou porque é que tínhamos no nosso site “my Renova” e eu respondi: porque gostava que as pessoas sentissem a Renova como uma coisa delas próprias, por ser próxima, por ser portuguesa”.
A reportagem em Sevilha e a entrevista completa com o CEO da Renova, Paulo Pereira da Silva, em breve na emissão do The Next Big Idea, na SIC Notícias.
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