“Hoje gostaria de me associar à celebração da democracia e da liberdade em Portugal, no aniversário da Revolução dos Cravos”, refere David Sassoli, numa publicação feita em português na rede social Twitter.
E adianta: “Em 25 de abril, apesar das dificuldades, não deixamos de celebrar o Estado democrático”.
Os 46 anos do 25 de Abril estão a ser hoje celebrados de forma diferente em Portugal, com uma sessão solene reduzida no parlamento, sem o tradicional desfile e com um apelo para que os portugueses cantem a ‘Grândola' à janela.
Devido à pandemia de covid-19, a Associação 25 de Abril cancelou o habitual desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e fez um apelo para que os portugueses confinados em casa vão à janela pelas 15:00 e cantem a "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso, repto a que já se associaram vários partidos, como BE, PCP e PAN.
Na Assembleia da República, a maioria dos partidos concordou em realizar a sessão solene no parlamento adaptada às restrições da pandemia - CDS e Chega foram contra e PAN e Iniciativa Liberal preferiam outro formato de comemorações -, numa cerimónia que só por quatro vezes não aconteceu ao longo das últimas quatro décadas.
A decisão de manter a sessão solene em pleno estado de emergência gerou polémica, dentro e fora do parlamento, com duas petições ‘online', uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, a juntarem centenas de milhares de assinaturas.
A sessão arrancou pelas 10:00 com a intervenção do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e encerrou com a do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois da sessão solene na Assembleia da República, que não terá os habituais cortejos no exterior, também não haverá o programa de visitas, o ‘Parlamento de portas abertas'.
O primeiro-ministro, António Costa, vai deixar uma mensagem alusiva às comemorações do 46º aniversário do 25 de Abril, pelas 15:30 horas, e "abrirá" aos cidadãos, através da Internet, a residência oficial de São Bento.
Em vez de abrir os jardins à população como habitualmente, o primeiro-ministro pediu aos diretores dos teatros nacionais portugueses e da Companhia Nacional de Bailado que pensassem numa forma de celebrar o 25 de Abril, tendo resultado a obra de teatro documental "Agora Que Não Podemos Estar Juntos", criada pela companhia portuguesa Hotel Europa, e que será transmitida pelas 15:30 nas plataformas online do Governo.
Em Belém, o Presidente da República também dedicará a tarde à Cultura, recebendo em audiências separadas, entre as 14:00 e as 19:00, seis associações da área dos livreiros, cinema, artes performativas, dança, museus, promotores de espetáculos e autores.
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