PAN

A porta-voz do PAN afirmou hoje esperar que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ouça os “recados do Presidente da República” quanto à necessidade de solidariedade institucional, que defendeu dever ser alargada ao parlamento.

“Sentimos que os recados que Marcelo Rebelo de Sousa deu hoje mesmo ao primeiro-ministro apelando a uma maior colaboração institucional é um recado que deve ser ouvido por Luís Montenegro”, disse Inês Sousa Real, em conferência de imprensa, na sede do partido em Lisboa.

Para a deputada única do PAN, a colaboração institucional de que o Presidente da República falou na sua mensagem de Ano Novo, transmitida hoje, “não se deve esgotar na Presidência da República, deve ser também alargada à Assembleia da República, ao parlamento”.

Só assim, sustentou, o apelo à estabilidade feito pelo Presidente da República “pode traduzir-se de facto numa ação governativa” de “um governo minoritário” que melhore a vida das pessoas, com impactos nas áreas do acesso à habitação, na educação, no combate à pobreza e às alterações climáticas.

“Nesse sentido, é fundamental que Marcelo Rebelo de Sousa garanta que a sua magistratura de influência enquanto Presidente da República não se esgota em meras palavras”, disse.

Afirmando que o chefe de Estado “conduziu duas vezes o país a eleições” quando o Governo era de uma cor política diferente da sua (PS), Inês Sousa Real disse esperar que, neste momento, o Presidente “não deixe de pressionar um governo da sua cor política” no sentido de “melhorar a vida das pessoas”.

Livre

A líder parlamentar do Livre classificou hoje de "muito derrotista" a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, tanto no plano internacional como nacional, e que "não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo".

"Esta mensagem causou-nos bastante estranheza porque nos pareceu uma mensagem muito derrotista tanto no plano internacional como no plano nacional", afirmou à Lusa Isabel Mendes Lopes.

Do ponto de vista nacional, "pareceu-nos um discurso muito derrotista porque Marcelo Rebelo de Sousa considera que se fechou o ciclo dos 50 anos do 25 de Abril e não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo", apontou.

"Consideramos que é preciso olhar para esteve na génese do 25 Abril e o que aconteceu depois, nestes 50 anos a verdade é que Portugal melhorou muito a qualidade de vida e é importante olharmos para esse salto que Portugal deu para também darmos agora um próximo salto", considerou a líder parlamentar do Livre.

Para isso, "é preciso investir em áreas que Marcelo Rebelo de Sousa referiu: a educação, a habitação, a saúde, reduzir a pobreza estrutural é essencial e garantir a igualdade em Portugal".

São áreas "em que nós neste momento vemos em risco, tanto pelas políticas que têm vindo a ser seguidas, nomeadamente na habitação, na saúde, mas também não há uma verdadeira política de redução da pobreza estrutural e de fomento das políticas de igualdade, nomeadamente na maneira como a política é feita".

"O que percebemos é que não ha vontade de mudar estas questões estruturais da parte do Governo e o que sentimos do discurso da parte do Presidente da República é que de alguma forma há aqui um derrotismo no seu discurso", salientou, recordando que "um dos objetivos do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa era que deixasse de haver pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal"

"Vamos entrar no último ano do mandato com números de pessoas sem-abrigo como há muito não tínhamos em Portugal", rematou.

No plano internacional, "que foi logo o assunto de abertura do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa basicamente disse que a Europa agora tem de esperar para perceber como os Estados Unidos se vão posicionar e que uma aliança Estados Unidos/Europa é melhor para a União Europeia, e falou também da Rússia e da China", prosseguiu.

Ora, "isto parece-nos uma posição estranha e errada porque a União Europeia continua a ser uma grande potência a nível mundial e tem um peso global muito relevante e há muito mais mundo para além dos Estados Unidos, da China e da Rússia", considerou.

A União Europeia "tem obrigação de procurar alianças com outros países, com outras áreas do globo que não passem necessariamente pelos Estados Unidos, pela China e pela Rússia", defendeu, referindo que se tratam de "três grandes potências", e agora com Donald Trump outra vez como Presidente, "governadas por líderes autoritários que não estão alinhados com os valores" do bloco europeu.

PCP

O dirigente do PCP Rui Fernandes defendeu hoje que é preciso “paz e cooperação” e não “uma disputa entre povos e entre Estados”, numa reação à mensagem do Presidente da República, dedicada em parte à situação internacional.

“A primeira é que precisamos de paz e cooperação e não de uma política de disputa entre povos e entre Estados. E não, como alguns defendem, de cortes de pensões e Segurança Social para investir em mais armamento”, disse Rui Fernandes, em conferência de imprensa na sede nacional do PCP, em Lisboa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou a sua tradicional mensagem de Ano Novo com uma análise à situação internacional, defendendo que "mais aliança entre Estados Unidos da América e União Europeia na economia, na política, na Ucrânia, no Médio Oriente, é melhor para a Europa e é pior para a Federação Russa e para a China".

O dirigente comunista considerou depois que os objetivos identificados pelo Presidente da República no que toca ao combate à pobreza só conseguirão ser concretizados se houver uma mudança de política.

“Portugal necessita de uma mudança de política que seja assente nos valores constitucionais e que promova aumento dos salários, pensões e que dê resposta aos problemas na saúde e habitação”, sustentou.

Para o PCP, “foi o afastamento dessa política que tem conduzido à pobreza”.

Rui Fernandes assinalou que o Orçamento do Estado para 2025 acabou de ser aprovado e “contempla orientações que não vão ao encontro” das necessidades que “o Presidente da República acabou por colocar”.

“Mais do que as palavras, espero atitudes”, declarou Rui Fernandes, considerando que apesar das intervenções do Presidente da República sobre a necessidade de combater as desigualdades, “o tempo passa e as respostas aos problemas não são encontradas”.

“Há um afastamento de valores e princípios que estão consagrados na Constituição da República”, considerou.

PSD

O vice-presidente do PSD Carlos Coelho assinalou hoje “especial sintonia” entre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República e a de Boas Festas do primeiro-ministro, notando que os recados de Marcelo se dirigem, sobretudo, à oposição.

“Na semana passada estive aqui para comentar a mensagem de boas festas do primeiro-ministro e hoje ouvimos a mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Ambas sublinham esperança no futuro e há especial sintonia entre elas”, afirmou o vice-presidente do PSD Carlos Coelho, que falava aos jornalistas, na sede do partido, em Lisboa.

Para o PSD, esta sintonia é evidente em temas como o crescimento económico, o aumento do investimento, a redução da pobreza, o reforço do Estado social e da saúde.

PS

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, disse hoje que partilha das preocupações do Presidente da República, mas considerou que "não há confiança na capacidade do atual Governo para as resolver".

"Partilhamos as preocupações do Presidente da República, mas infelizmente não temos é confiança na capacidade do atual Governo para as resolver", disse Pedro Nuno Santos em reação à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na intervenção de cerca de dez minutos, o líder socialista apontou as áreas da economia, saúde e pobreza como exemplos de setores onde o atual Governo não conseguiu resolver os problemas, considerando que "a crise no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o expoente máximo da incapacidade do Governo na gestão dos serviços públicos".

Passando em revista a preocupação de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a pobreza, Pedro Nuno Santos afirmou que "as preocupações são partilhadas por todos, sem dúvida só redistribuindo melhor a riqueza gerada, mas sobretudo criando mais riqueza em Portugal, conseguiremos ultrapassar os problemas".

No entanto, o líder socialista acrescentou: "Não tivemos da parte do Governo a apresentação de uma visão estratégica para a economia, só sabemos que quer executar o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e continuar a reduzir o IRC, e depois repete a palavra 'investimento', mas sem uma visão estratégica para transformar a economia portuguesa".

Na saúde, o Governo "também tem falhado todos os dias e é incapaz de resolver os problemas", disse Pedro Nuno Santos, salientando que "o conjunto de medidas anunciadas não vai resolver, mas sim agravar o problema da saúde em Portugal", numa crítica em que apontou uma "estratégia clara de desvio de recursos públicos para o setor privado".

"Não temos um Governo do Serviço Nacional de Saúde ou da saúde, temos um Governo do interesse dos privados na saúde", criticou.

Na intervenção, o líder socialista referiu-se ainda a uma frase de Marcelo Rebelo de Sousa no discurso, quando afirmou que "ser português é ser universal".

Para Pedro Nuno Santos, isto significa que "o Presidente quis dizer aos portugueses que só [vão] melhorar enquanto país se [aproveitarem] as energias de quem vem de fora contribuir para o nosso país", num contexto em que as dificuldades e os problemas, nomeadamente os baixos salários, a habitação, o acesso à saúde, "são dos trabalhadores portugueses e dos trabalhadores estrangeiros e por isso é muito importante que os trabalhadores todos enfrentem os desafios comuns e partilhados que têm de ser resolvidos em conjunto, e não promovendo a exclusão".

Chega

O presidente do Chega considerou hoje que a mensagem de Ano Novo do Presidente da República "ficou aquém" do esperado, pois queria ter ouvido Marcelo Rebelo de Sousa abordar temas como saúde ou insegurança.

"Ouvimos hoje a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, que ficou aquém do que esperávamos, porque esperávamos uma mensagem que fosse capaz de apontar ao Governo os caminhos errados e também de apontar ao país os caminhos errados que têm sido prosseguidos", afirmou André Ventura num vídeo divulgado pela assessoria de imprensa do partido poucos minutos depois do final da transmissão da comunicação de Marcelo Rebelo de Sousa.

O líder do Chega defendeu que, "este ano, a saúde e a insegurança que se vive em Portugal exigiam uma ação determinante e uma palavra firme do Presidente da República sobre esta matéria".

"Não aconteceu, e o país ficou a perder", salientou.

André Ventura afirmou que, na saúde, os portugueses "têm ficado sem acesso aos direitos mais básicos, consultas, cirurgias, operações, atos médicos" e considerou que se vive um "clima de insegurança" em Portugal, "dos mais graves das últimas décadas".

"Faltou uma palavra de crítica ao que não tem sido feito, mas também uma palavra de clareza ao lado das forças de segurança", argumentou.

O líder do Chega considerou que um chefe de Estado "pode ser firme e pode ser crítico, sem ser um Presidente de obstáculos ou um Presidente que quer dificultar a ação do Governo".

"Os portugueses esperam do Presidente uma palavra sobre os temas que lhes importam, sobre o que estão a viver no seu dia-a-dia e, mais uma vez, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou que não consegue ou não quer transmitir essa palavra, ou por receio de confrontar o Governo, ou por estar mais confortável no domínio do politicamente correto", criticou.

IL

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, criticou hoje a "grande ausência" do tema da reforma do Estado da mensagem de Ano Novo do Presidente da República, tal como na mensagem de Natal do primeiro-ministro.

"Destas intervenções há uma grande ausência a registar, que é a ausência a qualquer referência a reforma do Estado", criticou hoje Rui Rocha, na sede nacional da IL, no Porto, falando aos jornalistas em reação à mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa.

O líder da IL, que juntou à sua análise a mensagem de Natal do primeiro-ministro, notou que "todos falam da necessidade de crescimento económico, todos falam na necessidade de ser competitivos num ambiente muito desafiante internacional, o senhor Presidente da República disse-o".

"Mas não há ninguém - mesmo nas intervenções dos outros partidos, que tive oportunidade de ouvir - que fale na reforma do Estado", observou.

Para Rui Rocha, "a reforma do Estado é absolutamente essencial" para "acelerar Portugal", pois o "crescimento económico depende também da reforma do Estado".

"Se o Estado não for mais eficiente, se nós não formos capazes de fazer com que o Estado consuma menos recursos com as suas ineficiências, não seremos capazes de baixar impostos como devemos fazer e não seremos capazes de ser atrativos para investimento, para dinamização da economia", acrescentou.

Apesar de considerar a mensagem do Presidente da República "adequada do ponto de vista do diagnóstico", considerou-a "esgotada do ponto de vista das soluções".

"Todos nós estamos fartos de ouvir dizer que é preciso crescimento económico, que é preciso resolver a saúde, a educação, a habitação, que a situação geopolítica é complicada, mas depois nas soluções creio que o senhor Presidente incorre no mesmo problema que a generalidade dos outros partidos incorrem, que são as mesmas soluções", que considerou "estafadas".

Sobre a mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rocha partilhou da "preocupação óbvia" face à evolução do relacionamento dos Estados Unidos com a União Europeia, mas apontou a ausência a referências à situação política em Moçambique e na Venezuela, países com "centenas de milhares de portugueses".

Rui Rocha notou ainda "duas embirrações" no discurso de Marcelo Rebelo de Sousa "que parecem mais ou menos óbvias", uma relacionada "com a cooperação estratégica com o Governo" e outra "com o almirante Gouveia e Melo, quando fala da questão dos militares".

BE

O Bloco de Esquerda estranha que o Presidente da República fale do 25 de Abril e do futuro sem abordar a saúde e educação públicas e habitação, lamentando que Marcelo tenha esquecido a Palestina e “o genocídio” em Gaza.

“É importante realçar que quando nós falamos de Abril, da democracia e do futuro, é bom que não esqueçamos que, em Portugal, esse futuro, essa democracia se faz como um sustentáculo de um serviço de saúde público, uma escola pública e do direito à habitação”, afirmou Bruno Maia, em conferência de imprensa.

O dirigente do BE reagia ao discurso de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa, e à sua referência à “grande festa que foram os 50 anos do 25 de Abril e o futuro”.

“É muito estranho para nós que o Presidente da República não tenha enfatizado estas três áreas, que são os grandes problemas, alguns dos grandes problemas e desafios que nós enfrentamos hoje em dia, particularmente na saúde”, acrescentou.

O elemento da mesa nacional do BE salientou que o chefe de Estado “não deu uma palavra sobre o Serviço Nacional de Saúde, que enfrenta dias tumultuosos, que se têm vindo a agravar ao longo dos anos, com urgências fechadas, falta de acesso de mulheres grávidas a um serviço de urgência, um bloco de partos”.

Em relação às desigualdades, abordadas por Marcelo Rebelo de Sousa, o dirigente do BE recordou que o atual Governo PSD/CDS-PP se focou em duas medidas: a diminuição do IRC para as grandes empresas e o IRS jovem, que “aumentam as desigualdades entre os jovens e aumentam as desigualdades porque dão borlas fiscais a grandes empresas, que ainda em 2023 tiveram lucros excessivos”.

“Não se pode falar de futuro e do 25 de Abril sem falar sobre saúde, sem falar sobre educação, continuamos a ter escolas sem professores, e sem falar sobre habitação”, reforçou Bruno Maia, sublinhado que, em 2024, se continuou a “ver os números das rendas e do acesso à habitação a piorarem, sem sinais de retorno”.

Para o dirigente bloquista, o Presidente “fez muito bem” em falar, no que toca à situação internacional, “de paz e de direito internacional”, e referindo-se aos grandes conflitos mundiais, abordou a guerra da Ucrânia, na Europa, mas “não falou sobre a Palestina, não falou sobre o genocídio que está há 15 meses a ocorrer todos os dias” nos telemóveis e aos olhos do mundo.

“Com todos nós, todo o mundo a ver crianças a serem assassinadas pelo Estado de Israel e o direito internacional a ser enterrado nos escombros daqueles prédios da Faixa de Gaza”, acrescentou.

Em sua opinião, “provavelmente o mundo não sairá igual depois daquilo que está a acontecer na Faixa de Gaza, porque o desrespeito total do Ocidente, dos Estados Unidos, de Israel perante aquilo que foram os acordos internacionais que saíram da Segunda Guerra Mundial, estão destruídos e estão destruídos para todo o sempre”.

“Estranho para nós também que o Presidente da República não tenha falado daquilo que é uma das maiores atrocidades que a humanidade está a cometer e já cometeu na sua história”, frisou Bruno Maia, recordando que, “a cada hora que passa, morre uma criança na Faixa de Gaza”.

O dirigente do BE considerou que o momento em relação à questão internacional “merecia outras palavras”, nomeadamente para incitar que Portugal se juntasse à Espanha, Irlanda e Noruega e “reconhecesse o Estado da Palestina, porque não vale a pena, tal como fazem os restantes países da Europa, defender a solução de dois Estados e não reconhecer um deles”.

“Sendo que esse que não reconhecem é aquele que está sob ocupação há muitas décadas, é aquele que neste momento está a sofrer um genocídio”, vincou.

Questionado se a referência aos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode ser vista como uma mensagem para o Governo, Bruno Maia concordou e apontou que o BE tem defendido que os fundos devem ser investidos nas “prioridades nacionais”, da saúde, a educação e a habitação, as grandes crises que afetam o país, e que “colocam a democracia em causa” e abrem espaço para que “a democracia se enfraqueça e que o populismo continue a crescer”.

CDS

O vice-presidente do CDS manifestou hoje concordância com a mensagem de Ano Novo do Presidente da República e considerou que em Portugal "é fundamental que haja um triunfo do bom senso", que é uma "derrota dos radicalismos".

Numa reação à mensagem do chefe de Estado, o vice-presidente do CDS Telmo Correia registou "sobretudo concordância" e considerou um "estímulo positivo" as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a necessidade de bom senso.

"No nosso país, é fundamental que haja um triunfo do bom senso, porque o triunfo do bom senso é a derrota dos radicalismos e nós no CDS não confundimos" aquilo que são "as preocupações do povo e aquilo que é popular" com aquilo "que é o populismo", apontou.

"Precisamos que o bom senso que nos levou a reforçar a solidariedade institucional e até a cooperação estratégica entre órgãos de soberania, nomeadamente Presidente da República e primeiro-ministro, prossiga, e que nos levou também a aprovar os orçamentos 2024 e 2025, continue a garantir estabilidade, previsibilidade e respeito cá dentro e lá fora", afirmou hoje Marcelo Rebelo de Sousa na tradicional mensagem de Ano Novo, a partir do Palácio de Belém.

No plano nacional, "2024, o ano que agora terminou, foi um ano de mudança, foi um ano do fim de um longo ciclo socialista e o início de um novo ciclo para Portugal", em que "foi possível resolver problemas que se iam acumulando, problemas com profissionais de saúde, problemas com os professores que estavam mais focados na contestação do que em ensinar, problemas com os militares que tiveram uma séria valorização, problemas com as forças de segurança, e isso foi muito importante que se tivesse resolvido e criado pacificação, vontade e colaboração para ser possível para dar segurança aos portugueses", sintetizou Telmo Correia.

Agora, "2025 será o ano em que iremos desenvolver o trabalho que foi feito e em que iremos mais longe nesse mesmo trabalho. O Presidente da República disse - e eu estou de acordo - que tem confiança nos portugueses", sublinhou.

Telmo Correia lembrou que, tal como para Marcelo Rebelo de Sousa, também para os democratas-cristãos “o combate à pobreza, as desigualdades, são sempre uma preocupação fundamental".

Contudo, "o que nos distingue de outros é que nós consideramos que para podermos fazer mais justiça, para podermos distribuir, primeiro é preciso criar essa riqueza", pelo que "temos de ter um foco na criação da riqueza para depois podermos fazer mais justiça social", referiu.

A palavra-chave para este ano, sublinhou, recordando uma afirmação do primeiro-ministro, "é investimento".

Nesse sentido, "é preciso investir mais" para ter uma economia "mais competitiva", para gerar mais riqueza, fazer "mais justiça", para que "os jovens fiquem em Portugal", defendeu.

Por outro lado, "precisamos de investimento e de mão de obra qualificada para trabalhar esse investimento e aqui quero lembrar um aspeto que é muito importante: precisamos de uma imigração regulada por contraposição a tudo o que aconteceu antes, e precisamos, como o CDS sempre diz, de rigor na entrada, mas de humanismo na integração das pessoas que o país precisa para nos ajudar a atingir esse mesmo desenvolvimento", acrescentou Telmo Correia.

No plano internacional, "para o CDS que é e também sempre foi um partido profundamente europeísta e também um partido atlantista, a chamada de atenção do senhor Presidente da República para a necessidade de aprofundamento da Europa, para a necessidade de participação europeia e para a necessidade de restabelecimento de uma forte relação transatlântica, de uma forte relação com os Estados Unidos da América é muito importante".

Por fim, Telmo Correia valorizou os "aspetos e as referências" que o Presidente da República fez "à democracia e à valorização da democracia".