Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o Corpo Nacional de Escutas refere que "colaborou com o trabalho da Comissão Independente, reunindo e partilhando, dentro do nível nacional do CNE, toda a informação de que dispunha sobre as situações ocorridas em contexto escutista. Foram, assim, partilhadas 19 situações que constavam do nosso arquivo".
Além desses casos, o relatório adicionou ainda mais sete casos que não eram do conhecimento dos escuteiros.
"O CNE procurou, de imediato, obter informações sobre estas situações, com o principal objetivo de aprofundar a proteção das crianças e jovens ao nosso cuidado, apoiar as vítimas, rever processos sempre que necessário e intervir junto dos alegados agressores", é explicado.
Nesse sentido, o CNE reuniu "com a Comissão Independente e com o Grupo de Investigação Histórica que transmitiu informação adicional sobre essas situações".
Dos sete casos, os escuteiros referem que um deles "coincide com um caso do qual já [havia] registo" e há ainda um caso "em que o alegado agressor já faleceu".
"Dos restantes cinco casos, dois parecem partilhar um alegado agressor comum que já não se encontra no ativo e um outro em que, fruto da colaboração direta de uma vítima que entrou em contacto com o CNE, foi decidido suspender preventivamente o alegado agressor; em ambas as situações está atualmente a decorrer o processo interno de averiguação, para decisão em sede de processo disciplinar e outras medidas consideradas pertinentes", é adiantado.
Por fim, dois dos casos ocorreram em 1961 e 1978, nas dioceses de Lisboa e do Porto, e "os dados obtidos não permitem, para já, identificar inequivocamente os alegados agressores". Neste sentido, o CNE continua a "desenvolver esforços para a sua identificação".
"Em ambos os casos, embora os alegados agressores sejam padres com ligações ao escutismo, a informação obtida indicia que os abusos sexuais não ocorreram em contexto de atividade escutista, informação que acreditamos já constar nas listas entregues pela Comissão Independente a cada diocese", evidencia o CNE.
O CNE assegurou ainda que dá prioridade ao cuidado “pelas vítimas do passado ou do presente” e que mantém a estrutura de apoio “Escutismo: Movimento Seguro”, através de um canal de denúncia disponível em https://ems.escutismo.pt, “não deixando de agir com diligência com os possíveis agressores”.
“Tudo queremos fazer para que o escutismo seja um lugar seguro, que cuida, acolhe e acompanha cada um dos seus membros, a começar pelos pequeninos”, acrescentou o CNE.
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