A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar as circunstâncias da morte de um homem, ocorrida no domingo, cujo corpo foi encontrado nas margens da albufeira de Alqueva, na zona de Mourão, distrito de Évora.
O que se sabe sobre este homem?
Fonte do Comando Territorial de Évora da GNR começou por indicar à agência Lusa que o homem, de 55 anos, era um dos passageiros de um balão de ar quente que realizava um passeio turístico e, por estar indisposto, saiu na margem da albufeira. O homem foi, depois, encontrado sem vida naquele local.
Também o Público refere que o homem, de nacionalidade portuguesa, terá pedido para interromper a viagem no balão de ar quente quando este já se encontrava no ar. O piloto aterrou o balão e retomou o voo, contactando a equipa de apoio destes passeios, que está sempre em terra "para alguma eventualidade".
Segundo o Jornal de Notícias, George, a vítima, residia na zona de Lisboa, e já tinha marcado há meses a viagem para ver o nascer do sol a partir do balão de ar quente.
O que dizem as autoridades?
Sabe-se que o alerta para a ocorrência foi dado às 10:19 e que a viagem turística tinha começado em Monsaraz, no concelho vizinho de Reguengos de Monsaraz.
Tiago Ramos, do Serviço Municipal de Proteção Civil de Mourão, limitou-se a adiantar que os bombeiros, quando chegaram ao local, encontraram o corpo junto à margem da albufeira. Antes, segundo este responsável, o corpo da vítima tinha sido encontrado por “um funcionário da empresa do balão de ar quente”.
De acordo com Tiago Ramos, do Serviço Municipal de Proteção Civil de Mourão, o balão aterrou “do outro lado da margem”.
Já o comandante dos Bombeiros de Mourão, Fábio Quintas, referiu à Lusa que os operacionais da corporação retiraram a vítima da água e que “estava em paragem cardiorrespiratória”. “O médico da VMER [viatura médica de emergência e reanimação] confirmou o óbito”, adiantou.
Há testemunhas do sucedido?
Alexandra Santos, namorada da vítima mortal, contou à agência Lusa que o balão de ar quente onde ambos seguiam, com outros 10 passageiros e o piloto, preparava-se para aterrar nas margens da albufeira quando, devido ao vento, mudou de direção.
“O balão começou a inclinar-se para a água, por causa dos ventos, e, à velocidade a que íamos, o piloto também não teve hipótese e batemos na água, mas muito perto da margem. Ficámos todos com os pés molhados”, relatou.
No entanto, prosseguiu Alexandra Santos, o veículo aéreo “continuou a andar” para a zona interior da albufeira, tendo então o piloto sugerido que alguns passageiros “fossem para o lado de fora para puxarem o cesto para terra”.
O homem, que acabou por morrer, entrou então na água, “o balão subiu" e "voltou a bater na água”, pela segunda vez, agora “já mais distante da margem”, salientou esta testemunha.
“Ninguém o viu de pé, mas estava perto da margem quando o vimos pela última vez”, referiu, indicando que o balão de ar quente foi depois aterrar num olival.
Alexandra Santos frisou que o homem “não tinha pé na zona onde ficou”, depois de o balão ter voltado a subir. “Não havia coletes salva-vidas” neste veículo aéreo, mas, ainda não seja suposto os passageiros irem para a água, “fazia sentido” tê-los, pois o balão de ar quente sobrevoou uma “zona com tanta água”, acrescentou.
Ao JN, uma testemunha do acidente frisou também que George e outro homem começaram a tirar parte da roupa para entrar na água, mas antes que o fizessem o balão voltou inesperadamente a subir, “amarando uma segunda vez, mas a uns 20 metros da margem”.
Terá sido nesse momento que que o piloto “disse aos dois homens que já deviam ter entrado dentro de água” para empurrar o cesto para terra. Os dois entraram na água, mas o balão subiu. George não conseguiu regressar, mas o outro passageiro sim.
George ainda foi visto a tentar nadar até à margem, mas rapidamente deixaram de o ver. “Um dos passageiros ainda enviou a localização da vítima para os responsáveis da empresa que estavam em terra, mas a partir daí não tivemos mais informação”, lembra a mesma testemunha ao JN.
O que diz a empresa responsável pelo balão?
A Lusa tentou contactar a empresa responsável pelo balão de ar quente, a Wind Passeger, mas as várias tentativas revelaram-se infrutíferas. Também o JN diz não ter conseguido declarações.
Em que ponto está a investigação?
As circunstâncias da morte do homem, de 55 anos, estão a ser investigadas pela PJ, que ontem à tarde interrogou os responsáveis da empresa, os passageiros e o piloto do balão.
A autópsia ao corpo vai determinar a causa da morte, mas até agora não são conhecidas quaisquer informações.
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