“Eles compreendem. A posição de Portugal é muito clara, no quadro da União Europeia, de sempre ter defendido que é pela via do diálogo e da negociação que se pode avançar e desbloquear este impasse”, disse.
Berta Nunes falava à Agência Lusa, em Caracas, após um encontro, privado, com o ministro venezuelano de Relações Exteriores para a Europa, Iván Gil.
A SEC começou por referir que transmitiu ao ministro “uma mensagem importante”, de “valorização e reconhecimento do trabalho e do contributo da comunidade portuguesa aqui na Venezuela, para o país”.
“Isso para nós foi importante, porque toda a comunidade também me transmitiu a mensagem de que querem continuar (aqui), querem trabalhar, querem contribuir para o país. Penso que essa mensagem que transmiti foi também entendida”, disse.
Segundo Berta Nunes “o ministro Iván Gil reiterou várias vezes a importância” da comunidade portuguesa para o país “e a compreensão que têm de que os portugueses são importantes, porque estão na linha da frente, por exemplo, na segurança alimentar, na agricultura, no comércio e em vários investimentos”.
“Eu tive a perfeita noção de que isso era compreendido”, disse.
Berta Nunes sublinhou que como secretária de Estado das Comunidades Portuguesas teve também “que passar as mensagens que recebeu” e que resumiu: “A comunidade quer ficar, quer ter condições para trabalhar e quer contribuir para que o país ultrapasse a situação atual”.
Segundo a SEC “eles compreendem” (Governo), “a posição de Portugal é muito clara, no quadro da União Europeia, de sempre ter defendido que é pela via do diálogo e da negociação que se pode avançar e desbloquear este impasse”.
“Também tive a oportunidade de estar com representantes da Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria) e eles também têm a posição de que é importante conseguir negociar, chegar a um acordo, porque não há outra forma melhor do que a negociação e um acordo para poder ultrapassar-se esta situação”, disse.
Segundo a governante, “Portugal tem uma posição clara, reconhece o (Juan) Guaidó” e “tem relações transparentes e honestas com o Governo atual”, da Venezuela.
“Para nós esta é a via e também para a nossa comunidade é muito importante. Eles também nos fizeram passar essa mensagem de que compreendem a posição de Portugal nesta matéria e que também consideram que é importante que essa seja a via seguida e que se consiga ultrapassar a situação”, concluiu.
A crise venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, depois de o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, ter jurado publicamente que assumiria as funções de Presidente interino da Venezuela, até afastar o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, do poder, convocar um governo de transição e eleições livres no país.
Portugal foi um dos mais de 50 países que reconheceu Juan Guaidó, uma posição tomada no âmbito da União Europeia.
A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas iniciou no sábado à noite uma visita de cinco dias à Venezuela, para contactar com as autoridades locais e portugueses em Caracas, Los Teques (incluindo Carrizal), Maracay e Valência.
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