“Haverá mais discussões e consultas, e esperamos poder concluir um cessar-fogo com um acordo sobre os reféns, mas ainda não chegámos lá”, disse Jaque Sullivan, conselheiro do Presidente dos EUA, Joe Biden, na NBC, de acordo com uma transcrição da entrevista publicada pelo canal.
“Estamos a trabalhar ativamente para que isso aconteça”, acrescentou, reiterando que o país está muito envolvido “com os principais atores da região” e que “ainda hoje há atividade”.
O emir do Kuwait, Mechal al-Ahmad al-Sabah, apelou hoje a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza durante uma cimeira do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), após quase 14 meses de guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas no território palestiniano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, afirmou hoje, a partir de Jerusalém, que existem “indícios” de que poderão ser feitos progressos no sentido de um acordo.
“O que posso dizer é que há sinais de que poderemos assistir a um maior grau de flexibilidade por parte do Hamas, devido às circunstâncias, incluindo o acordo no Líbano, mas não só”, afirmou numa conferência de imprensa.
O Governo israelita “tem vontade de avançar nesta questão”, acrescentou o ministro.
Na NBC, Jake Sullivan também saudou a trégua entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah que entrou em vigor na quarta-feira, “um enorme passo em frente para o Médio Oriente”.
“Temos de a proteger e garantir que é totalmente respeitada”, afirmou o conselheiro.
“O nosso objetivo é manter estes primeiros dias críticos para o cessar-fogo, quando ele está mais frágil”, disse ainda.
No sábado, o exército israelita anunciou que tinha efetuado vários ataques aéreos contra posições do Hezbollah no Líbano.
“O Presidente Biden disse que [o acordo sobre o Líbano] é uma oportunidade real para chegar a um cessar-fogo e a um acordo sobre os reféns em Gaza”, disse Jake Sullivan, assegurando que Joe Biden — em fim de mandato – tinha falado com o primeiro-ministro israelita.
Benjamin Netanyahu, indicou o representante norte-americano, disse ao chefe de Estado “que concordava, que era o momento certo”.
“Se o mundo se unir para pressionar o Hamas, poderemos finalmente ter um avanço, um acordo”, acrescentou Sullivan.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.207 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da agência AFP baseada em dados oficiais, incluindo os reféns mortos ou que morreram em cativeiro.
No sábado, o braço armado do Hamas difundiu um vídeo de um refém israelo-americano, Edan Alexander, apelando aos israelitas e norte-americanos para que pressionem o Governo para a sua libertação.
Este vídeo é “um lembrete cruel da brutalidade do Hamas”, disse hoje Jake Sullivan.
O Ministério da Saúde do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, anunciou hoje um novo número de 44.429 mortos no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, há mais de um ano, com pelo menos 47 pessoas mortas nas últimas 24 horas.
No território palestiniano devastado por um ano de guerra, destacou Sullivan, a fome “é um perigo constante”.
A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNWRA) anunciou hoje a suspensão da entrega de ajuda à Faixa de Gaza através de Kerem Shalom, um ponto de passagem chave com Israel, uma vez que a entrega se tornou “impossível”.
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