"Esse encerramento tem consequências nefastas em todo o mercado de trabalho na ilha do Pico, colocando-a na iminência de uma catástrofe económica e social de grandes proporções e cujos efeitos se agravarão com o aprofundar do círculo vicioso da recessão e do aumento do desemprego a nível local", advertiu o dirigente comunista, em conferência de imprensa, na vila da Madalena.
No seu entender, e apesar das promessas do grupo COFACO, que anunciou a intenção de construir uma nova unidade fabril na Madalena e contratar grande parte dos trabalhadores entretanto despedidos, continua a ser de "importância prioritária" a busca de alternativas e a reconversão económica do Pico.
"São, por isso, importantes e positivas todas as medidas que reconhecendo a especificidade da situação existente na ilha do Pico visam atrair investimento e favorecer a criação de emprego, nomeadamente as majorações de apoios, isenções diversas e benefícios fiscais para as empresas", realçou Vítor Silva.
Para o líder dos comunistas açorianos, importa também criar medidas para minimizar a retração do consumo no mercado local, uma vez que o despedimento coletivo na COFACO representa uma perda de 4,3% na população ativa da ilha, e de mais de 8% no concelho da Madalena, numa ilha com apenas 14 mil habitantes.
Uma dessas medidas foi aprovada hoje na Assembleia da República, por unanimidade, por proposta do PCP, e visa facilitar o acesso e majorar o valor de diversos apoios sociais, no sentido de minorar o efeito da redução do poder de compra das famílias, procurando gerar um investimento em contraciclo e facilitar a recuperação económica e social da Ilha do Pico.
"O PCP/Açores congratula-se com o facto desta proposta ter sido aprovada por unanimidade na Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República e no plenário de hoje. Contribuirá de forma decisiva para minorar os efeitos nefastos do encerramento da COFACO na ilha do Pico", realçou o dirigente comunista.
Vítor Silva lamentou, por outro lado, a atuação do Governo Regional em relação à greve dos professores na região, acusando a Secretaria Regional da Educação e Cultura de pretender "intimidar" os conselhos executivos e os docentes "com ameaças veladas de procedimentos disciplinares, colocando em causa o direito constitucional à greve".
"O mais recente ofício enviado às unidades orgânicas e as orientações dadas aos conselhos executivos conformam uma ilegalidade que de forma abusiva e sem qualquer sustentação jurídica pretende alargar o âmbito dos "serviços mínimos" para além do que o Colégio Arbitral definiu", apontou o líder do PCP/Açores, que "repudia" este tipo de comportamento do executivo açoriano.
O dirigente comunista considerou também "incompreensível e inaceitável" que o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, "permita este clima de coação e de intimidação" junto dos professores dos Açores.
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