Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Registos (SNR), Rui Rodrigues, disse que a adesão à greve aumentou hoje, no segundo dia de protesto: Na quinta-feira, rondou os 80% e hoje subiu para os 85%, segundo números do SNR.

“Há serviços fechados de norte a sul do país e também nas ilhas, como em Ponta Delgada [ilha de São Miguel], nos Açores”, disse Rui Rodrigues, dando como exemplo os casos de Matosinhos, Viseu, Leiria, Figueira da Foz ou Coimbra.

O protesto dos funcionários do registo e notariado termina no sábado, dia em que a adesão deverá diminuir, uma vez que estão abertos apenas os serviços das Lojas do Cidadão e do “Projeto Nascer Cidadão”, instalados em hospitais e maternidades, explicou Rui Rodrigues.

A greve decretada pelo Sindicato Nacional dos Registos (SRN) tem como objetivo contestar o novo diploma dos vencimentos que vai entrar em vigor na próxima semana, em 1 de janeiro de 2020.

No sábado, último dia de greve, os trabalhadores realizam uma assembleia geral para decidir novas formas de luta, mas o presidente do SNR avisa já que “se em janeiro não houver abertura por parte do Governo, os trabalhadores voltam a fazer greve logo no início do novo ano”.

“Esperamos que o Governo retome as negociações e o diálogo e que seja dada uma cabal explicação sobre o que vai ser a nova legislação. Faltam esclarecimentos sobre o que está em causa”, disse Rui Rodrigues.

Para o SNR, o novo diploma dos vencimentos mantém “as assimetrias salariais", além de ser pouco claro e os trabalhadores continuarem sem perceber "qual o verdadeiro salário que vão auferir”.

O SNR reivindica, entre outros pontos, o "fim dos salários ilegais, superiores ao Presidente da República", a promoção e compensação dos escriturários a escriturários superiores, assim como a contabilização ou compensação dos pontos acumulados, para progressão, dos funcionários que se encontram no último escalão.

Na lista de reivindicações está ainda o cumprimento da negociação coletiva, os subsídios de insularidade e de interioridade, o fim da mobilidade discricionária, a melhoria das condições de trabalho (salubridade das instalações, equipamentos e condições de atendimento), a abertura e regulamentação de concursos internos e externos e a criação de um regime mais favorável às aposentações e pré-aposentações.

O sindicato apresenta uma proposta de serviços mínimos que assegura atos como casamentos civis urgentes, por perigo de morte ou na iminência de parto, testamento em perigo de morte e casamentos civis já agendados antes da data da convocação da greve.