Num comunicado hoje enviado à comunicação social, lê-se que o conselho de administração do CCB “tudo fará no sentido de reverter esta situação, defendendo sempre o interesse do público”.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA/STE), o conselho de administração “nunca demonstrou abertura para este diálogo”, acrescentando que os trabalhadores "mantêm a disponibilidade total para, até aos Dias da Música” chegarem a “um plano de resposta às suas reivindicações”.
Os dias de greve previstos coincidem com os dois dias com o maior número de concertos do festival Dias da Música em Belém, que se realiza de 25 a 28 de abril, e entre os quais se encontra anunciada a estreia de "Rei Lear", uma adaptação para cena do compositor Alexandre Delgado e da encenadora Sara Barros Leitão, a única encomenda do certame.
O pré-aviso foi enviado à administração na passada sexta-feira, disse à agência Lusa André Albuquerque, do CENA/STE, e decidido em plenário, no qual os trabalhadores do CCB reclamaram aumentos salariais imediatos, já que a administração “não tem mostrado abertura necessária para negociar”, desde que, em março de 2018, “lhe foi apresentado o último caderno reivindicativo”.
A avaliação e reformulação da tabela salarial e do plano de carreira, a negociação do Acordo de Empresa, que permita uniformizar regras e procedimentos dentro da Fundação CCB e garantir direitos e deveres laborais e patronais, assim como a contratação de mais trabalhadores, “para fazer face às necessidades reais da Fundação e para diminuir a carga de trabalho suplementar dos atuais trabalhadores", são outras reclamações.
Para o CENA/STE, a “complexidade” das matérias em causa desde que foi apresentado o caderno reivindicativo “seria necessário iniciar um processo de negociação sério e atempado de modo a garantir a tomada de medidas para solucionar os problemas laborais de forma progressiva e com acordo entre as partes”.
A administração em comunicado enviado ao final da tarde afirma: “O conselho de administração da Fundação CCB afirma publicamente estar consciente das consequências lesivas desta posição para a imagem do CCB e da Fundação, quanto ao cumprimento da sua missão de serviço público cultural, mas também para a gestão dos seus recursos financeiros e, inclusivamente, para todos os seus colaboradores que de forma empenhada e entusiasta têm construído os Dias da Música, transformando-o num verdadeiro acontecimento cultural, de referência nacional ao longo de uma década”.
Os Dias da Música em Belém, de 25 a 28 de abril, apresentam mais de 40 concertos e ‘masterclasses’ direcionados para a obra de William Shakespeare.
As cantoras Ana Quintans, Elisabete Matos e Maria João, os tenores Ian Bostridge, com o pianista Julius Drake, e Marco Beasley, com Stefano Rocco e Fabio Accurso, os pianistas Artur Pizarro, António Rosado e Filipe Pinto-Ribeiro, com o DSCH - Schostakovich Ensemble, os Tallis Scholars e Peter Philips, Nuno Côrte-Real e o Ensemble Darcos, Os Músicos do Tejo e Marcos Magalhães, as formações Sete Lágrimas, La Paix du Parnasse e Divino Sospiro, a Orquestra XXI, a Orquestra de Câmara Portuguesa, a Sinfónica Metropolitana e a Sinfónica Portuguesa, assim como a Orquestra do Festival destacam-se entre os intérpretes.
A programação abre com o Festival Jovem e a atuação de Os Violinhos, músicos entre os seis e os 16 anos, que apresentam “um programa variado e divertido para ouvintes de todas as idades”, adiantou a organização.
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