Rui Matos, que se deslocou hoje aos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, no âmbito da campanha para as eleições legislativas regionais de domingo, recordou o protesto realizado há cerca de duas semanas pelos bombeiros das corporações dos Açores, salientando que quando as classes profissionais da saúde e próprios bombeiros vão “para a rua é sinal que as coisas não estão bem”.
Cerca de 200 bombeiros de todas as corporações dos Açores, com exceção da do Corvo, manifestaram-se em 21 de janeiro, em Ponta Delgada, para reivindicarem melhores condições de trabalho.
O protesto, que aconteceu pela primeira vez na região, foi organizado pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e pelo Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais e pretendeu “alertar o futuro governante” e os deputados que serão agora eleitos para terem como “prioridade a aprovação de medidas que melhorem as condições laborais”.
Hoje, Rui Matos, que é candidato pela ilha de São Miguel e pelo da circulo da compensação, considerou que estes profissionais “não querem muito, apenas ser reconhecidos com dignidade”.
O candidato apontou que “um bombeiro ganha um ordenado mínimo nacional, quando é uma profissão de risco”, defendendo por isso a atribuição do subsídio de risco, além da adoção do estatuto de bombeiro, que “foi aprovado na Assembleia Legislativa Regional e não foi posto em prática”.
“Os bombeiros sentem-se desprezados pelos sucessivos governos, desde o PS ao PSD, que não criam medidas para minimizar ou dar um certo conforto a quem é bombeiro”, afirmou, lamentando que agora se esqueçam “os heróis que estiveram na linha da frente” durante a pandemia de covid-19.
O candidato defendeu igualmente mais financiamento para as corporações dos bombeiros, considerando que trata-se de “verbas que são irrisórias para o orçamento regional”.
“Nós, açorianos, precisamos de bombeiros, porque quem nos leva ao hospital é o bombeiro, quando há um incêndio quem apaga [o fogo] é o bombeiro. É uma classe que é muito importante, um pilar que faz parte da segurança de todos os açorianos”, afirmou o candidato.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
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