Após a queda do regime talibã, em 2001, o Afeganistão passou a ter inúmeras estações de televisão, salões de beleza, estádios e salões de festas. Ainda assim, a sociedade afegã continua a ser, em grande parte, conservadora e a encarar algumas actividades como impróprias - sobretudo para as mulheres.
No entanto, num ginásio isolado da capital afegã, Cabul, jovens entusiastas descobriram uma nova forma de ocupar os tempos livres: de lenços na cabeça e vestidas com fatos de treino, vão lá para dançar zumba.
"Desde que a zumba chegou ao Afeganistão, há dois meses, atraiu muitas pessoas. Espero que se espalhe por todo no país. Quando um novo praticante chega e fica entusiasmado, depois traz sempre mais três ou quatro pessoas da família", diz a instrutora de zumba Atina Mohammadi.
"Quando vim a esta academia pela primeira vez, temi que alguém fosse entrar no ginásio, mas ignorei todos os problemas e medos, e quero continuar a praticar", acrescenta Ahmadi, que gostaria que "o governo garantisse a segurança daqueles que praticam esta dança. Peço também às famílias que não ignorem a zumba. Quando as pessoas ficam doentes, na sociedade afegã, vão ao médico, que as aconselha a praticarem exercício. A minha sugestão é que venham e evitem essas doenças, esta dança é o melhor para a saúde."
Para Muzhgan Ahmadi, de 18 anos, a zumba é também uma forma de relaxamento. "Embora seja para o corpo, também é relaxante para a mente. Assim, sempre que alguém quer relaxar a mente, ele ou ela deve fazer zumba, porque é a melhor maneira de relaxar", diz Muzhgan. Um relaxamento sem dúvida muito importante para os afegãos, que já têm 15 anos de guerra com os talibãs ressurgentes, com bombas a explodir em Cabul quase todos os dias.
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