As Aldeias Históricas de Portugal - Associação de Desenvolvimento Turístico (AHP-ADT) assinaram esta sexta-feira, na Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha, uma parceria com a Agência para a Energia, a E-REDES e Greenvolt com vista a neutralidade carbónica das 12 Aldeias Históricas. O desafio passa por compatibilizar as mudanças associadas aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e com o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal) com a manutenção da identidade patrimonial e as peculiaridades de cada Aldeia Histórica.
Este desafio integra o Plano de Ação para a Agenda Climática e Energia Local, tratado no âmbito do Programa Pacto de Autarcas, no qual a AHP-ADT, na qualidade de promotora, e os municípios, enquanto signatários, assumiram a redução de 45% de CO2 até 2030.
Para já, dois projetos-pilotos estão elaborados. O primeiro, e que já começou em 2022, em parceria com a Renault Portugal, é o de melhorar a dimensão da mobilidade através da instalação de uma plataforma de viaturas elétricas aliadas à já existente mobilidade suave (bicicletas e pedestre).
"A dimensão da mobilidade já foi iniciada em 2022, em Castelo Novo, através de um projeto, em parceria com a Renault Portugal, onde o objetivo é alargar a mobilidade, com a instalação de uma plataforma de viaturas elétricas, e juntá-la à mobilidade suave, com o 'cycling' e o 'walking', por via da rota Grande Rota 22", explicou Dalila Dias, coordenadora da Aldeias Históricas de Portugal.
Um segundo projeto-piloto passa pela instalação de comunidades enérgicas, para que nas Aldeias sejam introduzidas energias renováveis "viáveis, sempre respeitando a identidade patrimonial". É neste ponto que entram as instituições privadas da ADENE - Agência para a Energia, a E-REDES e Greenvolt, as primeiras parceiras privadas deste projeto.
"O projeto das comunidades energéticas serve para percebermos se a introdução de energias renováveis nas Aldeias Históricas é viável e respeitadora da identidade patrimonial", explicou Dalila Dias.
Com todos estes projeto, as Aldeias Históricas de Portugal pretendem atrair mais habitantes e mais empresas. O grande objetivo passa também por ter, segundo Dalila Dias, "energia mais barata, justa e mais limpa, porque se a habitação é essencial, também é a energia".
Para além da questão da mobilidade e da energia, a questão de reconstrução e manutenção das Aldeias é importante para as metas. Uma parceria com a Universidade de Aveiro e a Ordem dos Arquitetos procura introduzir "boas práticas na reconstrução das Aldeias Históricas, introduzindo materiais mais sustentáveis que ajudem nessas práticas.
Dalila Dias explica que para já estes são os projetos já financiados, mas podem elaborar-se mais projetos futuros através de financiamento português ou da União Europeia. Mas deixa um aviso: "não podemos garantir logo que estas sejam as soluções ideais para perdurar no tempo, ainda há muito trabalho a fazer e a entender todas estas mudanças".
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