"Informo que hoje, após quase três meses à espera de que a TAP me indicasse o valor a devolver, efetuei a devolução de 266.412,76 euros", afirma Alexandra Reis, ex-administradora da TAP, num comunicado enviado esta quarta-feira aos meios de comunicação social, citado no Expresso.

Alexandra Reis vai devolver o que lhe é pedido, mas não concorda com as conta feitas pela companhia e pelo Fisco, cuja fórmula diz, aliás, desconhecer.

"Foi este o montante líquido global indicado pela TAP. E, apesar de não me rever nele e de não o entender, uma vez que o mesmo não me foi detalhado, nem fundamentado pela empresa, e de também, como é sabido, discordar do parecer da IGF, por minha livre iniciativa, e tal como deixei claro desde o primeiro momento, efetuei a devolução", explica Alexandra Reis.

A gestora reitera que não quer ter em sua "posse um euro sobre o qual possa existir a mínima suspeita": "Aceitei sair da TAP de boa-fé, empresa à qual me entreguei com todo o meu compromisso e dedicação na defesa dos seus interesses, num contexto extremamente difícil" e, agora, "espero deste modo encerrar de uma vez por todas este assunto, de forma a enfrentar os desafios que o futuro me traga sem que haja qualquer dúvida sobre a minha idoneidade e atuação enquanto fui administradora da TAP, companhia à qual desejo o maior sucesso", conclui.

Entretanto, em declarações ao jornalista em Belém, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. não teceu nenhum comentário.

De recordar que a Comissão de Inquérito à TAP começou no seguimento da polémica sobre a indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis. Este caso resultou na demissão não só da própria, mas também do ministro e secretário de Estado das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos e Hugo Mendes, por terem dado aval ao acordo de saída, e da presidente executiva e o CEO da TAP da altura, Christine Ourmières-Widener, por ter conduzido a negociação apesar de apoiada em advogados e validade pela tutela setorial, e Manuel Beja, por ter assinado os termos do acordo que a IGF considerou não cumprir os normativos legais. E está também no centro da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão pública da TAP. A gestora está entretanto a colaborar com o grupo Barraqueiro, detido pelo antigo acionista da TAP, Humberto Pedrosa, na área das compras.