As eleições de 2016 para a presidência dos Estados Unidos já têm razões de sobra para concentrarem a atenção de pessoas de todas as partes do mundo. Mas agora têm mais uma. O músico Alice Cooper anunciou a sua candidatura à Casa Branca, num tom marcado pelo humor e pela sátira a fazer lembrar as campanhas do também músico Manuel João Vieira em Portugal. Em entrevista à CNN, Cooper revelou que o seu slogan será "não posso fazer nada da mesma forma que eles [Hillary e Trump] não podem fazer nada". Adiantou também, na mesma entrevista, que Tom Hanks será o seu vice-presidente, uma indicação à revelia do próprio.
O seu percurso na música - que começou nos anos 60 com espectáculos à época inéditos que envolviam guilhotinas e cadeiras eléctricas em palco - é, na opinião de Cooper, um dos cartões de visita mais poderosos da sua candidatura. "Qualquer um que tenha sobrevivido tanto tempo no rock é amado, por isso sou um candidato presidencial amado".
A campanha tem um hino que remonta a 1972, data da sua publicação, com Nixon como presidente dos Estados Unidos. Chama-se "Elected" e vai ser relançada.
Em nenhum momento, Alice Cooper esquece o quanto não gosta da política e do que a política faz às pessoas. "Vejam o Obama. Entrou em funções como uma estrela do rock e sai com cabelos brancos. Eu não quero isso. Sou um cantor de rock". E continuou: " Quero continuar a ir para cima do palco com o meu cabelo preto, mesmo que falso. O cabelo é todo meu, já agora, não é falso".
A excepção para juntar rock e política é, na sua opinião, apenas correcta quando se trata de causas humanitárias, como aquelas que artistas como Bono, Sting e Springsteen apoiam.
O site da campanha - Alice for president - avança com algumas das propostas do músico. A saber: trazer Brian Johnson de novo para os AC/DC, colocar o rosto de Lemmy Kilmister, líder do grupo britânico Motorhead que morreu em finais de 2015, no Monte Rushmore, re-baptizar o Big Ben de Big Lemmy, colocar Groucho Marx nas notas de 50 dólares e Peter Sellers nas de 20 dólares e, não menos importante, banir as selfies, com excepção de um dia que seria instituído como o Dia Nacional das Selfies.
No seu site, a 25 de julho, Cooper já tinha lançado as principais ideias da sua candidatura sob o lema "um homem perturbado para uma época perturbada". Incluí merchandising e playlist no iTunes e Spotify e atendendo ao rumo da campanha presidencial americana é bem capaz de não ser sequer a coisa mais estranha que está a acontecer nas terras do Tio Sam.
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Alice Cooper esteve em Portugal em maio, com os Hollywood Vampires, no Rock in Rio. Antes, deu uma entrevista ao SAPO Mag que pode rever aqui. Os Hollywood Vampires - Alice Cooper, Johnny Depp e Joe Perry - surgiram como forma de homenagear um grupo de amigos que, na década de 1970, se reunia em torno do álcool e das drogas num clube em Los Angeles, nos Estados Unidos. Por lá passaram Marc Bolan, John Belushi, Ringo Starr ou John Lennon.
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