A cooperativa de Alfândega da Fé prevê, contudo, uma produção final superior à do ano passado, uma vez que foram feitas novas plantações agora a entrar em produção.
Em declarações prestadas hoje à Lusa, o presidente da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, Luís Jerónimo, explicou que “na altura de floração das cerejeiras, a floração não seguiu o seu ciclo normal, devido ao registo de grandes amplitudes térmicas durante o mês de abril entre o período do dia e da noite”.
“A condição climatérica registada durante a floração, que antecede o fruto, e nas variedades mais temporãs, levou a perdas na produção de mais de 50% devido ao calor excessivo durante o dia e as temperaturas baixas registadas à noite. Como produzimos em modo biológico, não aplicámos fitofármacos, e por estes motivos prevemos uma redução no vingamento do fruto”, vincou o dirigente.
De acordo com o responsável da cooperativa, a previsão desta colheita de cereja é de 20 toneladas, quando num ano normal ronda as 40 toneladas deste fruto.
“As quebras de produção nas colheitas mais temporãs, prevista para daqui a duas semanas, rondarão os 50%. Já na colheita de meia estação, que acontece no início de junho, a quebra é menor, já que a floração foi mais tardia e não foi tão afetada pelas condições climáticas adversas. Porém, as quebras previstas rondam os 20% da produção”, explicou Luís Jerónimo.
Apesar das quebras verificadas agora na produção de cereja, a cooperativa de Alfândega da Fé prevê uma produção final superior à do ano passado, porque há “vários pomares de cerejeiras novos que estão a entrar em produção, devido às apostas feitas em novas plantações e reconversão de outras que foram feitas em anos anteriores”.
O responsável diz ser ainda “cedo para falar na qualidade da cereja, mas espera-se que seja boa dentro dos calibres normais”.
Gil Freixo, um produtor de cereja estabelecido em Santa Comba da Vilariça, no concelho de Vila Flor (Bragança), relatou igualmente quebras a ultrapassar os 50% da produção de cereja devido, igualmente, às alterações climáticas.
“Aqui no vale [da Vilariça] as temperaturas durante o dia em abril, chegaram aos 30 graus e à noite os dois graus positivos. A amplitude térmica teve grandes oscilações. Registaram-se diferenças de temperatura muito grandes do dia para a noite”, indicou o produtor de cereja.
A Alfândega da Fé e o Vale da Vilariça são os maiores produtores de cereja da Terra Quente Transmontana.
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