Jeffrey Feltman iniciou na terça-feira, em Pyongyang, uma rara visita oficial à Coreia do Norte, a primeira do tipo em sete anos, durante a qual manteve reuniões com dirigentes do regime como o ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong-ho.
Pouco depois de o emissário da ONU ter deixado hoje Pyongyang, com destino a Pequim, os ‘media’ estatais norte-coreanos fizeram um balanço da visita de cinco dias, destacando o “profundo entendimento” entre as partes, insistindo que a atual crise na península coreana figura como consequência da “hostilidade” dos Estados Unidos.
Durante os encontros, a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, designação oficial do país) “clarificou a sua posição relativamente à salvaguarda da paz na península coreana e sobre a legitimidade das Nações Unidas”, escreveu a agência de notícias estatal KCNA.
Na perspetiva de Pyongyang, “a tensa situação na península é da inteira responsabilidade da política hostil dos Estados Unidos e das suas ameaças nucleares contra a RPDC”.
Washington “revelou o seu esquema para executar um ataque nuclear preventivo de surpresa contra a RPDC, através dos maiores exercícios aéreos realizados até à data, envolvendo todo o tipo de bombardeiros estratégicos”, enfatizou o regime liderado por Kim Jong-un durante as reuniões com o norte-americano Jeffrey Feltman, segundo os ‘media’ norte-coreanos.
A delegação da ONU, por seu lado, manifestou a intenção de “ajudar a reduzir as tensões na península da Coreia à luz da Carta das Nações Unidas, que estabelece a missão de manter a paz e da segurança internacionais”, ainda de acordo com a KCNA.
Feltman, que visitou unidades de saúde e de produção alimentar norte-coreanas que recebem ajuda da ONU, reconheceu que as sanções impostas ao país “estão a ter impacto negativo na assistência humanitária” e mostrou-se disposto a “trabalhar para manter esta missão”, sublinhou a agência de notícias.
Segundo a mesma fonte, tanto a delegação das Nações Unidas como os representantes norte-coreanos “reconheceram que a visita contribuiu para aprofundar o entendimento bilateral” e acordaram “manter a comunicação, através de visitas, de diferentes níveis, de forma regular, no futuro”.
A viagem de Feltman teve lugar poucos dias depois de a Coreia do Norte ter lançado um míssil balístico intercontinental (ICBM), com capacidade, segundo Pyongyang, para atingir qualquer parte do território continental dos Estados Unidos, um ato que pode desencadear novas sanções por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Feltman protagonizou a primeira visita de um responsável de Assuntos Políticos da ONU à Coreia do Norte desde o seu antecessor, o também norte-americano Lynn Pascoe, em fevereiro de 2010.
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