Em 2024, realizaram-se 188.201 provas a Português e a Matemática: A Português a média foi de 3 valores (numa escala de zero a cinco) enquanto a Matemática, a classificação média foi de 2,8 valores, revela um relatório divulgado hoje pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), que mostra uma ligeira descida a Português e uma ligeira subida a Matemática.

No ano passado, apenas metade dos alunos teve positiva a Matemática, enquanto a Português a percentagem de positivas foi de 76%, com as raparigas a voltarem a ter melhores desempenhos às duas disciplinas.

O relatório salienta que o estatuto socioeconómico continua a ter forte impacto nos resultados, em especial a Matemática, com os alunos de famílias mais pobres (com escalão A do Apoio Social Escolar) a terem notas bem mais baixas do que as crianças que não são beneficiárias.

Aumentaram os casos de sucesso, mas há muito mais casos entre os jovens de famílias mais favorecidas, segundo o indicador dos “percursos diretos de sucesso”, que mostra a percentagem de alunos que têm um trajeto sem retenções ao longo do 3.º ciclo e obtêm positiva nas provas finais do 9.º ano.

A nivel nacional, no ano letivo de 2021/22, um em cada três alunos (34%) conseguiu fazer o percurso sem retenções e, no ano seguinte, a percentagem subiu para 36%, sendo mais fácil encontrar casos de sucesso entre os alunos de escolas de Coimbra, Braga, Viseu e Viana do Castelo, todos os distritos com percentagens superiores a 41%.

Por oposição, os distritos mais a sul do país, principalmente Portalegre e Beja, foram os que tiveram menor proporção de alunos com percursos diretos de sucesso (26 e 25%, respetivamente), refere o relatório.

Comparando os alunos de famílias mais carenciadas e os privilegiados, notam-se “diferenças muito acentuadas”: Se 41% de alunos não beneficiários ASE conseguiram fazer um percurso de sucesso, a percentagem desce para 24% para os beneficiários do escalão B e para 13% para os alunos do escalão A.

Nota mais atribuída no secundário foi 17 nas escolas públicas e 19 nos colégios

A nota mais atribuída pelos professores é 17 valores nas escolas públicas e 19 nos colégios, segundo estatísticas que mostram que metade dos estabelecimentos públicos e 86% dos colégios têm alunos do secundário com notas máximas.

Os dados constam do relatório divulgado hoje pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que analisou as classificações finais dos alunos dos cursos científico-humanísticos (CCH) do ensino secundário nos últimos sete anos letivos (entre 2017/18 e 2023/24) e concluiu que as notas atribuídas por colégios e escolas públicas têm vindo a aumentar.

Num universo de quase 111 mil alunos, a nota mais atribuída pelos professores das escolas públicas, no passado ano letivo, foi de 17 valores, numa escala de zero a 20.

Os dados mostram que as notas têm vindo a subir e que parece haver cada vez mais alunos de excelência, tanto no ensino público como no privado.

Nos colégios, por exemplo, a moda há cinco anos era de 18 valores mas, no ano letivo de 2020/2021 subiu para os 19 valores, mantendo-se inalterada até agora, segundo os dados disponibilizados hoje pela DGEEC.

O relatório mostra ainda que metade dos quase 500 estabelecimentos públicos tem alunos com classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina.

Entre os colégios, essa percentagem dispara: Em 100 estabelecimentos de ensino privados analisados, 86 atribuíram classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina.

O relatório revela ainda as disciplinas em que as notas são habitualmente muito altas: Nas escolas públicas, por exemplo, a nota mais atribuída a Aplicações Informáticas B, Física e Química, Inglês e Direito foi de 20 valores.

Os investigadores tentaram perceber se a atribuição de notas tão altas era pontual ou se denunciava uma prática recorrente e, cruzando vários fatores, encontraram oito escolas públicas onde, pelo menos, 30% dos alunos tiveram notas de topo.

Os dados não revelam o nome das escolas nem a região onde se localizam, mas mostram que esta é uma prática ainda mais recorrente no ensino privado.

No último ano letivo, dos 100 estabelecimentos analisados, 86 atribuíram classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina. Só no ano passado, 36 colégios tiveram 35% de alunos com média de classificações finais entre 19 e 20 valores a todas as disciplinas e 44% a pelo menos uma disciplina.

Das 100 escolas, 21 repetiram esse padrão durante vários anos. No ensino privado, a nota mais atribuída passou de 18 para 19 valores, numa escala de zero a 20, sendo Educação Física a disciplina trienal com a média mais elevada (18,2 valores).

Nos colégios, o 20 foi a nota mais atribuída a dez disciplinas nos últimos sete anos. Neste lote de disciplinas aparecem Geometria Descritiva A ou Inglês. No último ano em análise, a moda das notas de 14 disciplinas era 20.

Nas disciplinas bienais, destacam-se com as médias mais elevadas Inglês, Filosofia, Biologia e Geologia e a Economia A.

Das disciplinas anuais, Aplicações Informáticas B e Inglês tiveram sempre as médias mais elevadas, estando próximas dos 19 valores.

No geral, os alunos do ensino privado têm melhores notas internas no secundário do que os colegas das escolas públicas, segundo o relatório, que aponta para uma diferença média de quase dois valores.

No passado ano letivo, por exemplo, a média das classificações internas finais do total das disciplinas nas escolas públicas foi de 15 valores, enquanto no privado foi de 16,9 valores, refere o relatório hoje divulgado, confirmando uma tendência que tem já alguns anos.