“O seu marido vota em mim”, disse à jornalista.
A resposta dura do líder líder brasileiro foi em reação a uma pergunta da jornalista Amanda Klein numa entrevista no canal de televisão Jovem Pam, ideologicamente identificada com o governante.
Klein perguntou sobre uma queixa apresentada pela oposição aos tribunais, com base numa investigação jornalística segundo a qual Bolsonaro, e alguns dos seus familiares adquiriram, entre 1990 e 2022, 50 propriedades, tendo pago sempre em dinheiro.
De acordo com a queixa, estas compras invulgares em dinheiro poderiam encobrir operações de branqueamento de capitais e esconder dinheiro de origem ilegal.
“Amanda, és casada com uma pessoa que vota em mim. O seu marido vota em mim. Não sei como é viver em casa com ele, mas não tenho nada a ver com isso”, respondeu Bolsonaro, não escondendo o seu aborrecimento.
Klein disse que a sua vida privada não estava em causa na entrevista e Bolsonaro respondeu: “E porquê a minha?”, ao que a jornalista esclareceu que, como Presidente e candidato à reeleição, Bolsonaro “é uma figura pública”.
A reação de Bolsonaro gerou uma onda de solidariedade com Klein, recordando outras respostas intempestivas dadas pelo Presidente a outras jornalistas, e foi alvo de protestos da oposição, que viu “outra manifestação de machismo” na sua atitude.
“Bolsonaro usa as suas velhas tácticas quando não tem forma de explicar as suas mentiras. Ele ataca e desqualifica, e melhor se for com uma mulher, para expor todo o seu machismo”, disse Gleisi Hoffmann, uma das coordeadoas da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito nas urnas para as eleições de outubro.
A 28 de agosto, no primeiro debate entre candidatos presidenciais, Bolsonaro reagiu de forma semelhante a uma pergunta que a jornalista Vera Magalhães fez a Ciro Gomes sobre a negação do Governo face à pandemia de covid-19.
“Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, disse o Presidente à jornalista.
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