“Homens e mulheres são alimentados através do trabalho; e é pelo trabalho que são “ungidos com dignidade”. Por esta razão, o pacto social na sua completude é construído em torno do trabalho. E este é o âmago do problema, porque quando não se trabalha, ou se trabalha mal, ou se trabalha pouco ou se trabalha de mais, é a democracia que entra em crise, e todo o pacto social”.

As palavras são do Papa Francisco e foram proferidas num encontro com trabalhadores em Génova, em 2017, no qual o sumo pontífice respondeu a perguntas de um gestor, de um representante de um sindicato, de um trabalhador e de um desempregado. E, no Dia do Trabalhador que amanhã celebramos, tanto a citação como os intervenientes do encontro fazem jus ao feriado que se comemora. Trabalhar não é apenas um meio de sobrevivência, de sustento. Crescemos com a ideia que o trabalho serve também para “alimentar” o corpo e o espírito e para conferir dignidade a quem o executa. Mas também sabemos que, nesta segunda década do século XXI quase a terminar, o trabalho, o seu conceito, o seu significado e, em particular, o seu futuro, constituem das temáticas mais debatidas por especialistas, académicos, economistas, visionário e afins. Talvez seja mais simples dizer que é, sem dúvida, um dos grandes problemas que a humanidade tem pela frente.

Para os que costumam acompanhar a discussão, são sobejamente conhecidos alguns dados que, de natureza diferente, há anos que são repetidos quase até à exaustão e não necessariamente por esta ordem: o estudo realizado em 2013 pela Universidade de Oxford que prevê que 45% de todos os postos de trabalho na América e 54% dos mesmos na Europa estarão, e nas próximas duas décadas, em risco elevado de serem usurpados pelas máquinas; o livro de Martin Ford Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future que nos remete para o futuro e para economia dos “sem-trabalho”; o regresso ao passado e ao economista John Maynard Keynes que nos anos de 1930 previa que, o mais tardar um século depois, a humanidade (e por causa das máquinas) teria resolvido de forma eficaz a maioria dos seus problemas e que bastariam 15 horas de trabalho semanais para todos; o relatório do Fórum Económico Mundial que vaticina que já em 2020, mais de um terço das competências que hoje consideramos importantes, tornar-se-ão obsoletas; e, finalmente, os estudos da Gallup que, ao longo dos últimos anos, alertam para o descontentamento crescente dos trabalhadores face ao seu trabalho, sendo que para este ano e a nível global, a percentagem dos que afirmam gostar do que fazem não passa dos 15%, com uns míseros 10% para a Europa ocidental.

“escolhe um trabalho que ames e nunca terás de trabalhar um dia na tua vida?”

 

A juntar a estes elementos, só mais dois, ou três, sendo que o último é um bónus: a pesquisa recente do McKinsey Global Institute que confirma que os níveis de produtividade se mantêm em mínimos históricos; a inevitável controvérsia sobre o Rendimento Básico Incondicional (RBI) que, desafios económicos à parte, se trava entre aqueles que defendem que os seus recetores se tornariam preguiçosos e improdutivos ou, ao invés, mais criativos, empreendedores e úteis e tudo isto misturado com a frase inspiradora que vemos postada pelo menos uma vez por semana, atribuída a Confúcio e que diz “escolhe um trabalho que ames e nunca terás de trabalhar um dia na tua vida”.

Mas e enquanto não formos substituídos por robots que farão o nosso trabalho, enquanto não tivermos tempo livre para traçar a perna e fazer o que nos apetece porque somos desempregados digitais, como é que e globalmente, 85% de todos nós continuarão a maldizer o despertador, a ir de rastos para um trabalho que odiamos, a contar os dias que faltam para chegar ao fim de semana e às férias, a ter neura de domingo e a passar a maior parte da nossa vida em estado “quero lá saber”, sentindo-nos desligados, inúteis e deprimidos em empresas que juram colocar os seus melhores recursos/ativos – ou seja, nós – em primeiro lugar?

Pensar em tudo isto é uma carga de trabalhos, mas poderá valer a pena desenvolver algumas das ideias que se nos apresentam como futuristas, a par de sentimentos mais do que “presentistas”. O que é, afinal, “o trabalho”?

A capacidade extraordinária que o capitalismo tem para gerar “empregos da treta”

 

A citação não é atribuída a Confúcio, mas e na verdade, é tão utilizada pelos que acreditam que as máquinas roubarão mesmo o nosso trabalho e que, por isso, teremos de ter um rendimento básico incondicional, que se torna difícil conferir-lhe autoria. O que também não interessa nada.

Interessante é a visão do professor de Antropologia e de História, o holandês Rutger Bregman, autor de Utopia para Realistas, no qual defende, essencialmente, o rendimento básico universal (ou incondicional) e a semana de trabalho de 15 horas. De uma “experiência falhada para um bestseller internacional” e traduzido para 28 línguas, o livro de Bregman colocou o RBI em acesa discussão um pouco por todo o lado, mas são as ideias que tem sobre o trabalho, ou mais precisamente sobre os bullshit jobs ou em bom português empregos da treta [cujo ensaio pode ler aqui] que merecem reflexão.

Ao fazer pesquisa para o seu livro, Bregman encontrou um estudo que afirmava que mais de 37% da população ativa no Reino Unido considerava que o seu trabalho podia perfeitamente não existir e, apesar de pensar que a percentagem era muito elevada, acabou por perceber que no seu país os números eram ainda mais significativos, com 40% dos trabalhadores a confessarem detestar o seu trabalho e confirmando que o mesmo seria perfeitamente dispensável. De sublinhar, contudo, que estes bullshit jobs não se aplicam aos professores, enfermeiros e trabalhadores do lixo do nosso mundo, mas às legiões crescentes de consultores, banqueiros, gestores, conselheiro fiscais, entre outras funções que, e de acordo com o autor, parecem não acrescentar valor algum à sociedade, nem aos que as executam.

Por outro lado e falando sobre o desemprego em massa que poderá advir da automação – que para o autor não é o argumento principal para os benefícios do RBI -, Bregman afirma ainda que ninguém pode subestimar a capacidade extraordinária que o capitalismo tem para gerar outros “empregos da treta”. Bregman afirma ainda que nestes bullshit jobs, que no papel parecem excelentes e no perfil do LinkedIn mais do que fantásticos, e que rendem 40 ou 50 horas semanais, acabam por, efetivamente, cumprir o vaticínio de Keynes: o trabalho à séria não passa das 15 horas semanais, sendo o resto do tempo passado a organizar ou a participar em seminários motivacionais, a atualizar o perfil no Facebook ou a descarregar séries de televisão.

Bregman concorda também que é necessário repensar totalmente o nosso conceito de trabalho: se o sentido da vida é fazer do mundo um local melhor, é através do trabalho que o tentamos alcançar. A definição é estreita, mas é verdade que só se considera trabalho aquele que é remunerado e que serve para as contas do PIB. Mas se existe tanta gente que afirma que não se perdia nada caso os seus empregos desaparecessem, onde está esse sentido, ou propósito, de que tantos gurus da gestão falam também?

Considerando que este “desencanto” é um dos grandes tabus da nossa sociedade, o professor holandês declara ainda que a grande ironia reside no facto de ser o progresso tecnológico que está a exacerbar esta crise. Historicamente, diz, a sociedade foi capaz de suportar um número sempre crescente de bullshit jobs precisamente porque os nossos robots – ou as máquinas no geral – foram sempre melhorando o seu desempenho. O idealista que acredita, tal como Oscar Wilde, que “o progresso é a realização de utopias”, defende também “um futuro em que o valor do nosso trabalho não seja determinado pelo tamanho do nosso salário, mas pela quantidade de felicidade que disseminamos e pela quantidade de significado que oferecemos”. E quando tenta responder à pergunta “como seria a nossa economia se realmente redefiníssemos o sentido do ‘trabalho’”, diz acreditar firmemente que o rendimento básico incondicional é a resposta. E não porque os robots nos irão roubar os nossos empregos, mas sim porque uma “renda sem compromissos” daria a hipótese a toda a gente de fazer um trabalho que realmente tivesse significado.

Bregman define ainda o RBI como “a liberdade de dizer que não”, que é privilégio apenas dos mais endinheirados. “Com o rendimento básico, poderemos dizer não a um trabalho que não queiramos fazer, a uma cidade na qual não queremos viver (…) e tudo isto tem a ver com a liberdade”, assegura.

Uma opinião mais vincada sobre o facto de as máquinas saírem vencedoras na corrida ao emprego é a de Scott Santenns, que escreve em vários meios sobre tecnologia e RBI, sendo igualmente o moderador da comunidade que defende este modelo no Reddit. Acreditando que vivemos num mundo onde o RBI poderá constituir a única forma racional e justa para a sociedade funcionar, assegura também que este é um futuro que não devemos temer.

Elegendo o deep learning – ou as máquinas que aprendem – como a verdadeira disrupção no mundo do trabalho – e onde os robots farão pelo menos 60% das tarefas que só os humanos são capazes de realizar na atualidade, sejam elas manuais, cognitivas, rotineiras ou não rotineiras – o também defensor de que os humanos devem viver em vez de trabalhar, coloca algumas questões pertinentes no que respeita a uma reconsideração não só do trabalho como o conhecemos, como da sociedade em que vivemos.

Ora vejamos. Se uma máquina pode fazer um trabalho em vez de um humano, deverá algum humano ser forçado, sob ameaça de ser destituído, a fazer esse mesmo trabalho? Deverá o próprio rendimento permanecer acoplado ao emprego, continuando este a ser a única forma de se obter rendimento, mesmo quando os trabalhos para muitos serão inexistentes? Se as máquinas estão [e estarão] a realizar uma percentagem crescente dos nossos trabalhos, e não estão a ser pagas por isso, para onde vai esse dinheiro? O que é que o dinheiro deixará de comprar? Será até possível que muitos dos empregos que estamos a criar nem sequer precisarem de existir, e só serem criados por causa dos rendimentos que oferecem? Para Santens, estas perguntas são essenciais para se repensar o papel do trabalho e do seu significado, e serão as respostas às mesmas que concluirão que a maneira mais inteligente de distribuir a riqueza é através do rendimento básico incondicional.

Apesar de nenhuma nação estar pronta para as mudanças que se avizinham, não é difícil de prever que uma não-participação elevada da força laboral conduzirá a uma significativa instabilidade económica. E os mais recentes dados revelados geram novas preocupações: divulgado em março de este ano, o mais recente relatório da OCDE sobre as consequências da automação no mundo laboral vaticina que 14% dos empregos em 32 países têm, pelo menos, 70% de hipóteses de serem automatizados. E para mais 32%, as percentagens situam-se entre os 50% e os 70%. O que resulta em 210 milhões postos de trabalho em risco apenas nos países que pertencem à OCDE. Adicionalmente, os trabalhadores dos países ricos parecem estar em melhor situação comparativamente aos seus pares nos estados de rendimento médio: ou seja, os postos de trabalho na Eslováquia são duas vezes mais vulneráveis à extinção do que na Noruega, por exemplo. A OCDE declara, contudo, que existem também fossos alargados em países que partilham um nível de riqueza similar.

 “dar dinheiro a uma pessoa para ela não fazer nada?”

 

Voltando a Santens, outras questões se impõem: afinal, qual o propósito das tecnologias que estamos a criar? Qual o propósito de termos um carro que conduz sozinho ou inteligência artificial que poderá libertar 60% da nossa carga de trabalho? É para nos obrigar a trabalhar ainda mais horas por menos dinheiro? Ou será para possibilitar que sejamos nós a escolher de que forma queremos trabalhar? Orador em Davos em 2017 e sem deixar de antecipar o que muita gente pensa de imediato quando se ouve falar neste rendimento básico incondicional - “dar dinheiro a uma pessoa para ela não fazer nada?” – o também conselheiro para o Universal Income Project  assegura que apesar de parecer um contrassenso, o exato oposto é verdadeiro para o preconceito enunciado. O que realmente motiva as pessoas a trabalhar é, por um lado, não lhes ser retirado dinheiro porque trabalham e, por outro, não ser o dinheiro o principal estímulo para que trabalhem. E é aqui que voltamos ao tal significado que os 85% de desencantados laborais parecem não conseguir atingir. Ter um RBI poderá ajudar a conferir a segurança económica necessária para que se persigam novas ambições profissionais, bem como de educação e formação, para além de encorajar o empreendedorismo. E encontrar o tal propósito perdido.

Parece óbvio que, por muito que se fale no surgimento iminente das máquinas-papões que vão roubar os nossos trabalhos, não será isso que explica o profundo desencanto que sentimos com o nosso ganha-pão ou ganha-telemóveis diário. E, por falar em ganha-pão, no livro azedo The Mythology of Work: How Capitalism Persists Despite Itself, o autor Peter Fleming começa por relembrar que, “no início” o trabalho estava inexoravelmente ligado à sobrevivência e autopreservação, mas que se foi “gradualmente metamorfoseando num ritual doloroso e sem sentido para muitos, colonizando quase as 24 horas do dia, interminável e inescapável”. Considerando que a forma como a sociedade neoliberal utiliza o ritual do trabalho serve apenas para manter a ordem na classe capitalista, Fleming escreve que o trabalho se transformou num ponto de referência universal, desprovido de qualquer valor moral ou político, e que só serviu para transformar a nossa sociedade numa fábrica que nunca dorme.

Se as estatísticas da Gallup face à ausência de significado no trabalho não forem suficientes para nos preocupar, nada melhor que ler o livro negro de Fleming. Misturando dados de suicídios ou burnouts relacionados com trabalho, com sadismo na gestão e campanhas cínicas de responsabilidade social corporativa, Fleming pinta um ambiente laboral deprimente e sem benefícios de natureza alguma. A seu ver, e tal como os 85% de trabalhadores que não encontram sentido naquilo que fazem todos os dias, hoje sofre-se de ‘presentismo’, o que significa acordar com o despertador, fazer o trabalho num par de horas e estar o resto do dia sentado sem fazer nada. No fundo, somos todos “bio-proletários”: pois a nossa própria vida – bio – é absolutamente canalizada para a economia, ou para estarmos contínua e constantemente em alerta para sermos chamados a trabalhar.

O que nos leva a outra pretensa explicação para o nosso desencanto laboral: a ascensão da economia digital, que nos expõe a uma torrente de informação sem precedentes e nos exige que estejamos disponíveis para trabalhar 24/7.

Se alguns destes pensadores consideram que um dos problemas que explica o desinteresse por aquilo que somos obrigados a fazer para ganhar um salário é trabalhar-se pouco, fingindo-se que se trabalha muito – Fleming, por exemplo, escreve no seu livro que se quisermos encontrar um sitio cheio de pessoas atarefadas que não fazem nada, basta visitarmos uma qualquer multinacional – outros há que imputam a culpa da apatia e antipatia face ao trabalho ao excesso do mesmo, aos horários intermináveis, à saturação das tecnologias que não nos permitem desligar, às exigências ilimitadas dos gestores, à pressão para se cumprir objetivos e a uma lista de tarefas repetitivas e intermináveis que parece ditar o tédio lento e agonizante que nos espera até à ambicionada reforma.

Multiplicam-se também por isso os estudos e os alertas para os males do excesso de trabalho, considerado por muito como a nova escravatura e até reputados pensadores de gestão deixam de escrever livros sobre estratégia ou liderança para mergulharem nas mortes associadas à grande labuta: é o caso do guru Jeffrey Pfeffer que acaba de lançar o livro Dying for a Paycheck: How Modern Management Harms Employee Health and Company Performance — and What We Can Do About It.

Para o professor de comportamento organizacional da Universidade de Stanford, práticas comuns como as longas horas de trabalho, os conflitos de conciliação entre vida pessoal e profissional, a insegurança económica, os ambientes laborais tóxicos, entre outras realidades atuais, estão a prejudicar o empenho e compromisso dos trabalhadores, a aumentar o turnover e a destruir a sua saúde física e emocional, com custos acrescidos para os baixos níveis de produtividade. A título de exemplo, Pfeffer refere que o stress laboral custa aos empregadores dos Estados Unidos 300 mil milhões de dólares por ano e pode ser a causa para 120 mil mortes anuais evitáveis. Na China, o número sobe para um milhão de pessoas que morrem devido ao excesso de trabalho ou e como o título do livro indica, “morrem [literalmente] por um cheque”. Para Pfeffer, a verdade é que enquanto o ambiente laboral global está a sofrer mudanças extraordinárias, as práticas da gestão congelaram no tempo há mais de 30 anos. E isso tem que mudar.

Já para o psicólogo e mais bem cotado professor na Wharton School of Management, Adam Grant, que há quarenta anos que estuda os meandros da motivação e do significado, é sabido que as pessoas lutam para encontrar propósito [no trabalho] quando não têm autonomia, variedade, desafios, feedback de performance e a oportunidade de trabalharem num produto ou serviço do início ao fim. Mas por mais importantes que estes fatores se afigurem, existe um outro que interessa muito mais: ajudar os outros.

Munido de estudos e pesquisas, Grant demonstra por exemplo que uma análise exaustiva de dados provenientes de mais de 11 mil trabalhadores em várias indústrias apontam como o indicador mais forte para o sentimento de propósito a crença de que o trabalho tem um impacto positivo nos outros; ou que em inquéritos realizados em todo o mundo os trabalhadores definem a característica mais importante da sua atividade como sendo “ a de contribuir para a sociedade”, sendo esta a escolha mais comum não só nos Estados Unidos, como na China e no Leste Europeu. Em muitos continentes, assegura, as pessoas definem mais o trabalho em termos do seu contributo para a sociedade do que como um mero meio para pagar contas, a realização de uma tarefa árdua ou a obediência ao empregador. E cita ainda estudos de pessoas que encaram o seu trabalho como um chamamento, e não somente como um emprego ou um subir de degraus na carreira. Sendo que o principal elemento de uma chamamento é, precisamente, a crença de que o trabalho que fazemos faz do mundo um local melhor.

Se algum destes elementos contribuiu para refletir sobre os motivos que nos levam a odiar o nosso trabalho, não é certo. Mas para os que gostam de explicações mais breves, um bónus: a ideia de que a falta de interesse no nosso trabalho resulta de uma tendência evolucionária à qual não escapamos e com a agravante de as empresas estarem a acentuar esta característica biológica. De acordo com o professor de Comportamento Organizacional Dan Cable, da London School of Economics, somos neurologicamente programados para nos aborrecermos com o trabalho que fazemos. Em Alive at Work: The Neuroscience of Helping Your People Love What They Do, Cable explica que fomos programados para “explorar, experimentar e aprender” e que são as organizações, propositadamente desenhadas para suprimir os nossos impulsos de aprendizagem e exploração, as responsáveis por fazemos trabalhos repetitivos e sem recompensas emocionais.

Assim e já que estamos quase todos fartos do que fazemos, resta-nos a possibilidade de poder culpar a biologia. E quem nos paga o ordenado.