
“As pessoas votaram no Chega, votaram na nossa lista. Mas, para ficarem descansados e evitarem especulações, quem vai é a senhora engenheira Ana Martins [terceira candidata], uma pessoa responsável, com bom currículo, da nossa confiança, que vai integrar o grupo parlamentar de 60 deputados e que vai representar muito bem os Açores”, explicou o dirigente do Chega, em conferência de imprensa, na Horta.
Assim, não será nem o cabeça de lista do Chega pelo círculo dos Açores, nas eleições legislativas nacionais de domingo, Francisco Lima, nem a número dois, Olivéria Santos, que vão assumir a função de deputado no parlamento nacional.
O Chega foi a terceira força política mais votada nos Açores nas legislativas nacionais de domingo, obtendo 22,85% dos votos dos eleitores açorianos (15,76% nas eleições do ano passado), elegendo um dos cinco deputados pelo círculo dos Açores à Assembleia da República.
José Pacheco explicou aos jornalistas que não pode prescindir de Francisco Lima, nem de Olivéria Santos (atuais deputados à Assembleia Legislativa dos Açores), não só pelo trabalho que desempenham no parlamento regional, mas também porque está a contar com ambos para encabeçarem as listas de candidatos do Chega nas próximas eleições autárquicas.
“Eu espero ganhar Ponta Delgada. É com este intuito que me vou candidatar. Como espero que a Olivéria vença na Lagoa e o Francisco Lima na Praia da Vitória”, adiantou o líder do Chega nos Açores.
José Pacheco admitiu que o partido possa a vir a ter o mesmo problema se estes candidatos vencerem as eleições nos respetivos concelhos, “mas não será um drama”.
Questionado sobre a razão de o partido ter escolhido dois deputados para os dois primeiros lugares na lista de candidatos pelo círculo dos Açores ao parlamento nacional, sabendo de antemão que não iriam ocupar os cargos, o líder do partido na região explicou que o que estava em causa era a falta de experiência da candidata.
“É uma boa pergunta e eu vou responder com toda a verdade. A própria candidata achou que seria muito mais razoável, por uma questão de protagonismo e de visibilidade pública, que devia ser outra pessoa, com mais experiência, que ela não tem ainda, mas que vai ter, e esperamos que seja uma mais-valia para o Chega”, justificou.
O Chega tem cinco deputados à Assembleia Legislativa dos Açores, que têm sido determinantes para fazer aprovar os principais diplomas do Governo Regional de coligação (PSD/CDS-PP/PPM), liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que não tem maioria absoluta no parlamento regional.
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