André Ventura, líder do Chega, foi definitivamente expulso do Twitter após três suspensões, ao longo do último ano, e de um período em que esteve impossibilitado de publicar durante 12 horas. A rede social decidiu que a conta “não será restabelecida” por ter violado as regras de conduta.
Segundo o Observador, que terá tido acesso à mensagem do serviço de apoio técnico do Twitter enviada a André Ventura, poder lê-se na mesma: “contra as regras promover violência, atacar ou ameaçar pessoas com base em raça, etnia, nacionalidade, casta, orientação sexual, género, identidade de género, religião, idade, deficiência ou doença grave”.
"A finalidade do Twitter é proporcionar o diálogo público. Violência, assédio e outros tipos de comportamentos semelhantes impedem que as pessoas se expressem e diminuem o valor do diálogo público global. Nossas regras foram criadas para garantir que todas as pessoas possam participar do diálogo público com liberdade e segurança" - introdução das Regras do Twitter.
O deputado do Chega disse ao mesmo jornal que este é o sinal do “grau zero da democracia e da liberdade de expressão” e que está a ponderar recorrer para a justiça.
“Nunca pensei que um dia como este chegasse. Uma expulsão de uma rede social num país democrático”, referiu.
Ao Observador, Ventura diz não saber qual a publicação que estará na base da decisão que levou à suspensão definitiva da rede social, no entanto, acredita que poderá estar em causa um post em que partilha uma imagem onde se lê "Só o Chega percebe os riscos da imigração islâmica descontrolada" - uma publicação que ainda está ativa no Facebook.
Ventura já tinha sido suspenso da rede social em maio de 2021 por escrever que "se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!".
O tweet em causa, entretanto apagado, era uma reação à decisão do ministro da Administração Interna em suspender a pena aplicada ao agente da PSP Manuel Morais por ter escrito na sua conta de Facebook, em junho de 2020: "Decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem".
Seguiu-se outra suspensão em setembro do mesmo ano, sendo que não foi adiantada explicação para a segunda reprimenda.
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