O plano de combate a essas doenças foi analisado, na segunda-feira, na província de Benguela, numa reunião do Conselho de Governação Local, dirigida pelo Presidente angolano, João Lourenço, e integra medidas e recursos financeiros.
O plano prevê igualmente uma abordagem multissetorial e ações de testagem, tratamento da malária e de casos suspeitos de cólera.
Angola enfrenta desde dezembro de 2017 um surto de cólera, restrito à província do Uíge, norte do país, que registou 640 casos, dos quais 12 resultaram em mortes, até terça-feira passada, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
As autoridades sanitárias angolanas consideram controlada a epidemia de cólera, que afeta três bairros da província do Uíge, devido às ações de sensibilização em curso sobre medidas de prevenção.
No âmbito da campanha foram visitadas 2.870 residências, com 2.313 latrinas, sendo 1.106 (47,8% em boas condições, e sensibilizadas 21.600 pessoas, além da sensibilização em massa em escolas e mercados, nas quais participaram 1.530 pessoas.
De acordo com um relatório diário sobre a situação epidemiológica, a que agência Lusa teve hoje acesso, foram ainda desinfestadas sete casas em quatro bairros da cidade do Uíge, visitadas 25 cacimbas (reservatórios tradicionais de água) e tratados 41.516 litros de água nas residências, bem como distribuídos 20.000 litros de água por camiões cisterna.
Relativamente à malária, desde o início deste ano e até terça-feira passada foram registados 307.987 casos, totalizando 1.089 mortes, sendo Luanda a província com o maior número de casos (75.225), seguida de Benguela (43.751) e o Bié (31.146).
Apesar de Luanda liderar a lista de províncias com mais casos, a província de Benguela é a que regista o maior número de óbitos, com um total de 213 mortes, seguida do Cuanza Sul (125), Luanda (117), Bengo (116) e Bié (112).
Como medidas de prevenção da doença, as autoridades sanitárias levaram a cabo, nas últimas 24 horas, ações de controlo vetorial, nomeadamente fumigação espacial, pulverização intra-domiciliar (1.517 na província do Huambo, 93 em Benguela e 20 em Luanda), aplicação de bio-larvicidas para controlo larval, colocados num total de 2.147 criadouros, das províncias de Luanda (1.552), Huambo (534), Benguela (46), Lunda Norte (14) e Bengo (1).
As referidas ações incluíram ainda a distribuição de 243.067 mosquiteiros tratados.
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