Uma centena de manifestantes de extrema-direita juntou-se hoje no largo Camões, em Lisboa, num protesto contra aquilo que diz ser a islamização da Europa e com críticas ao governo português.

Empunhando faixas com mensagens como "Stop Islão" ou "Portugal aos portugueses", o grupo partiu às 18:25 horas do Largo Camões, em direção à Praça do Município, cantando o hino e aos gritos de "Portugal, Portugal".

Rodeados de um forte dispositivo policial, à passagem pelo largo do Chiado, acenderam tochas e ouviram, à sua passagem, vários transeuntes gritar "Fascismo nunca mais" e "Não passarão".

Mário Machado, dirigente do grupo 1143, que organizou a manifestação, também de megafone, apelava aos manifestantes para não responderem : "São provocações, vamos mostrar que cumprimos a lei"

Antes da partida da marcha Rui Roque, outro dirigente do grupo 1143, contestou aquilo que classificou como uma politica de abertura aos imigrantes: "Querem transformar, a nós portugueses, numa minoria no nosso território. Não vai acontecer".

O dirigente algarvio do movimento de extrema-direita criticou também o governo português.

"Quero agradecer ao governo da republica a corrupção. Não têm vergonha", afirmou, de megafone em punho, perante uma audiência de archotes acesos e bandeiras.

Durante parte da marcha, uma militante feminista empunhou dois cartazes, um a referir o direito das mulheres e outro onde se lia "Circo" com uma seta para o grupo, enquanto era insultada pelos manifestantes.

O movimento de extrema-direita “grupo 1.143” tinha pedido para fazer uma manifestação na zona da Mouraria que iria partir do largo do Intendente, um pedido que foi recusado pela Câmara de Lisboa, após um parecer da PSP que alertava para o risco de segurança.

O grupo 1.143 interpôs uma ação na justiça para “proteção de direitos, liberdades e garantias”, por considerar que a proibição da manifestação pela Câmara de Lisboa (CML) – que anunciou em 26 de janeiro que não iria autorizar a sua realização – seria uma violação do direito de liberdade de expressão.

Na sexta-feira, o tribunal administrativo do círculo de Lisboa indeferiu o pedido e o grupo anunciou a concentração para o Largo Camões.

*Com Lusa