“Estamos a projetar a entrega do primeiro navio no final de 2020 ou no início de 2021, em princípio no final de 2020. Em 2021 a entrega de três navios e, depois, os seis seguintes serão ao ritmo de dois a cada ano. Significa que, em 2024, teremos os dez navios entregues”, disse à Lusa o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes.
O concurso será lançado nas próximas semanas, acrescentou José Mendes, apontando para um investimento de 57 milhões de euros para a aquisição dos barcos e mais de cerca de 33 milhões para a “grande manutenção”, sendo um “investimento global que será da ordem dos 90 milhões de euros”.
“Na aquisição há um apoio do Programa Operacional de Sustentabilidade no Uso de Recursos (POSEUR), de 15 milhões de euros, e um financiamento do Fundo Ambiental na ordem dos 40 milhões de euros, sendo o restante através do orçamento da Transtejo”, informou o responsável.
Os novos catamarãs, com capacidade para transportar entre 400 e 450 passageiros, serão movidos a gás natural, estimando-se uma diminuição para metade das emissões de dióxido de carbono, uma descida de mais de 5 mil toneladas de dióxido de carbono por ano.
A compra das novas embarcações será acompanhada pelas “grandes reparações” de manutenção até 2035, permitindo “que um novo ciclo de serviço público de mobilidade na travessia do Tejo seja um ciclo de qualidade e de eficiência”, assinalou o secretário de Estado.
José Mendes assume os problemas que existem atualmente na travessia do Tejo, sublinhando que “resultam essencialmente de se tratar de uma frota muito velha”, com navios entre 20 e 40 anos.
“Esta é uma decisão histórica porque, se excluirmos dois ‘ferry-boats’, há cerca de 20 anos que não se compravam navios. A retoma deste investimento é histórica”, declarou.
O investimento vai concentrar-se na Transtejo, sendo que a Soflusa “tem uma frota mais recente, os seus navios ainda estão dentro do seu período útil de funcionamento e operam com eficácia, são navios que ainda não atingiram os 20 anos”, referiu José Mendes.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
Em protesto contra a constante supressão de carreiras, em dezembro dezenas de pessoas invadiram o único navio que estava disponível no cais do Seixal, estando avariado o outro que faz a ligação a Lisboa.
[Notícia atualizada às 15h42]
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