"Neste momento, tudo leva a crer que no mês de outubro (...) tenhamos tudo pronto em todos os lotes para arrancar", disse o responsável, apesar de apontar "os problemas das datas" e da fixação de prazos num processo que se arrastou anos nos tribunais.

Eduardo Vítor Rodrigues, também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, falava aos jornalistas no final da reunião do Conselho Metropolitano, que reúne os 17 autarcas da AMP.

Desde 1 de maio que decorre o período de transição de seis meses para a implementação da nova rede, que se seguiu ao recebimento do visto do Tribunal de Contas dos contratos dos cinco lotes postos a concurso, englobando 16 municípios (no Porto, a Sociedade de Transportes Coletivo do Porto opera em exclusividade).

No dia 24 de março, foi apresentada a nova marca dos transportes públicos rodoviários da AMP, que se vai chamar UNIR, numa cerimónia que também incluiu a divulgação do 'design' dos novos autocarros, que deverão ser sobretudo azuis, pretos e brancos em todo o território.

Em causa está o concurso público de 394 milhões de euros que acaba com um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948 e abrange uma nova rede uniformizada de 439 linhas, incluindo bilhete Andante.

Quanto à contratação de motoristas para operar nos lotes, Eduardo Vítor Rodrigues disse que "há realidades um pouco diferentes", com lotes onde "a situação está muito estabilizada e há uma transferência quase total de trabalhadores", e outros onde as empresas que operam atualmente transporte urbano passarão para o segmento turístico, mantendo os motoristas.

Reconhecendo que motoristas de pesados de passageiros "são um bem escasso" neste momento, o líder da AMP descartou qualquer "despedimento coletivo de motoristas" na transição entre operadores.

Relativamente à criação de uma empresa metropolitana de transportes para gerir a rede, Eduardo Vítor Rodrigues salientou a importância de ter "uma visão integrada" quer "na bilhética, quer na operação".

"Na verdade o ideal era que já estivesse criada", disse o autarca, tendo a expectativa de que "na reunião de julho [do Conselho Metropolitano], isso seja deliberado", seja pelo 'sim' ou pelo 'não', apesar de observar um "consenso" favorável entre os autarcas.

Para Eduardo Vítor Rodrigues, "o principal problema da qualidade de vida na área metropolitana - além, claro, da pobreza e do desemprego - é claramente a questão dos transportes públicos" rodoviários, que, no seu entender, "estão num processo de degradação intencional, fruto de empresas que agora aproveitam para se vingarem nos clientes de terem perdido o concurso".