“As nossas observações mostram que o Azerbaijão quer lançar ações militares em certas áreas da fronteira com a perspetiva de uma escalada militar, que se transformaria numa guerra total contra a Arménia”, declarou Pashinyan durante um conselho de ministros.
A Arménia e o Azerbaijão acusaram-se mutuamente na terça-feira dos confrontos ocorridos na fronteira perto de Nerkin Hand, no sudeste da Arménia, que provocou a morte de quatro soldados arménios, segundo Erevan.
“O Azerbaijão segue a política: ‘dê-me tudo o que quero através das negociações, caso contrário, tirarei tudo por meios militares'”, denunciou Nikol Pashinyan, acusando Baku de não querer manter a “estabilidade e a segurança” da região.
A tensão continua elevada entre os dois países, que há décadas têm numerosas disputas territoriais. Erevan suspeita que o Azerbaijão tem novas ambições desde a reconquista da região separatista de Nagorno-Karabakh, em setembro.
O Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, durante o seu discurso de posse – após a sua reeleição no início de fevereiro -, reiterou na quarta-feira que o seu país não tem planos de expansão.
“Não temos reivindicações territoriais contra a Arménia. E [os arménios] devem desistir das suas reivindicações. A chantagem irá custar-lhes caro”, disse Aliyev.
“Não haverá acordo de paz enquanto a Arménia não renunciar a essas reivindicações em relação ao Azerbaijão”, acrescentou o chefe de Estado azeri.
O líder do Azerbaijão, de 62 anos, está entusiasmado com a sua vitória militar contra os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh, que pôs fim a três décadas de separatismo marcadas por duas grandes guerras.
Em setembro de 2023, o exército do Azerbaijão, graças a uma ofensiva relâmpago, assumiu o controlo total de Nagorno-Karabakh, obrigando dezenas de milhares de habitantes a fugir em direção à Arménia.
De acordo com Erevan, o Azerbaijão pode tentar controlar a região arménia de Siounik, com o objetivo de ligar o enclave azeri de Nakhchivan ao resto do Azerbaijão.
Perante este receio, a Arménia aderiu oficialmente no final de janeiro ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que é uma instância internacional de justiça que julga crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
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