“Esta é uma novela que já devia ter terminado há muito tempo e, portanto, a partir deste momento, com a demissão do dr. António Domingues, esperamos sinceramente que possamos passar uma nova fase e neste caso concreto encontrar um novo conselho de administração que seja mais diminuto, seja mais reduzido, cujos salários sejam mais baixos e, acima de tudo, tenha uma visão estratégica de gestão da Caixa Geral de Depósitos diferente daquela que é feita no setor privado”, afirmou à agência Lusa Arménio Carlos, responsável da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical (CGTP-IN).
O presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, apresentou a demissão do cargo, anunciou hoje o Ministério das Finanças em comunicado.
Para Arménio Carlos, é necessário colocar a Caixa “ao serviço do desenvolvimento do país e, simultaneamente, para dar respostas à economia, às empresas, aos trabalhadores e à população”.
“É isso que se pretende, é isso que se exige, é isso que se justifica agora mais do que nunca”, defendeu o secretário-geral da CGTP.
Questionado sobre quem sai mal desta “novela”, Arménio Carlos começou por referir “a administração da Caixa Geral de Depósitos ou, pelo menos, o presidente que agora pediu a demissão” que “já podia ter resolvido este problema há muito tempo”.
“Se não estava interessado, pura e simplesmente já podia ter apresentado a demissão há mais tempo”, declarou Arménio Carlos que apontou, ainda, o Governo, do PS, pois “permitiu que este processo se desenrolasse até hoje e já passaram muitas semanas”.
O líder da intersindical referiu ainda que esta situação “só prejudicou a Caixa Geral de Depósitos, a sua imagem e, acima de tudo, a sua capacidade de intervir em tempo oportuno para responder aos problemas do país”.
“Os intervenientes - Governo, administração e presidente da Caixa Geral de Depósitos - todos eles saem com uma imagem chamuscada, diria mesmo que todos eles acabam por ser marcados por essa imagem negativa”, acrescentou.
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