O 'site' LXhabidata reúne dados sobre habitação dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), de fontes oficiais (Instituto Nacional de Estatística, Registo Nacional do Alojamento Local e autarquias).

O número recorde de novos contratos de arrendamento familiares em Lisboa nos primeiros seis meses de 2021 é uma das conclusões da análise dos primeiros dados inseridos na base de dados destacadas pelas coordenadoras do projeto.

Os 9.065 novos contratos na cidade de Lisboa (31% do total de toda a AML) no primeiro semestre sucedem a 7.968 no semestre anterior (o segundo de 2020) e comparam com os 6.841 celebrados no mesmo período do ano passado (janeiro a junho), segundo os dados do INE publicados no LXhabidata. Os dados mais antigos inseridos na plataforma são de 2017.

A Lisboa seguem-se, com mais novos contratos de arrendamento no primeiro semestre do ano, os concelhos de Sintra (2.954) e Cascais (2.356).

Já o concelho da Área Metropolitana de Lisboa com menos novos contratos de arrendamento, no primeiro semestre deste ano, foi Alcochete (124), seguido de Sesimbra (275) e Montijo (468).

Outro dos dados "mais impressivos", para as coordenadoras do projeto, "é o da taxa de esforço no mercado de arrendamento, relativo ao peso das rendas no rendimento das famílias", que é superior a 40% em todos os concelhos.

"Neste indicador destaca-se Lisboa: a renda mediana dos arrendamentos realizados no 2.º semestre de 2019 [os dados mais recentes], corresponde a 80% do rendimento mediano das famílias do concelho em 2019. Segue-se Cascais, com 73%, e a Amadora, com 68%. Os concelhos da Margem Sul, à exceção de Almada, registam as taxas de esforço mais baixas, na ordem dos 40%: Alcochete com 40,5% e Sesimbra com 40,6% são as mais baixas. Em Lisboa, mesmo na freguesia com preços mais baixos, Santa Clara, a taxa de esforço é de 59%", lê-se no texto de lançamento do 'site'.

A plataforma permite "comparar preços, compreender a dinâmica dos mercados e das políticas públicas, identificar tendências" e "uma das constatações a reter é o crescente dinamismo do arrendamento na capital, independentemente da pandemia: no primeiro semestre de 2021 registou-se o maior número de contratos desde que há dados", lê-se numa nota das coordenadoras da plataforma, divulgada a propósito do lançamento do 'site'.

Esta plataforma é um projeto do DINÂMIA'CET-IUL - Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território do ISCTE (Centro Universitário de Lisboa), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e coordenado pelas investigadoras Sandra Marques Pereira e Madalena Matos.

O site apresenta os dados, de atualização permanente, através de mapas, tabelas e gráficos e pretende ser uma "ferramenta fundamental" para "a monitorização" da situação da habitação na AML, face ao "enorme problema de inacessibilidade de habitação resultante do crescimento acentuado dos preços e das rendas face aos rendimentos", segundo Sandra Marques Pereira, citada na nota de apresentação do projeto.

"Mais à frente, também esperamos que possa vir a ser uma ferramenta de monitorização da componente habitacional do PRR”, acrescentou Sandra Marques Pereira, numa referência ao Plano de Recuperação e Resiliência, de fundos europeus para responder à crise gerada pela pandemia da covid-19.

Os dados reunidos neste 'site', ao nível de concelho e de freguesia, estão organizados em oito categorias: mercado da habitação; construção/reabilitação; habitação pública; acesso à habitação; condições e habitabilidade, receitas autárquicas, alojamento local e dados intercensitários 2021 (que serão inseridos quando forem conhecidos os resultados dos Censos deste ano).

A plataforma LXhabidata é apresentada hoje, numa sessão no ISCTE, em Lisboa, que será também transmitida 'online'.

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