
Desde há vários séculos que a nossa relação com bancos (e com o dinheiro), tem exatamente o mesmo pressuposto: confiança. Depositamos o nosso dinheiro num banco porque acreditamos que ele está melhor lá do que num armário em nossa casa ou debaixo do sofá. Adicionalmente, numa mala em nossa casa, o dinheiro vai valer sempre o mesmo, enquanto num banco, na teoria, poderemos gerar rendimentos extra com produtos financeiros que nos recomenda.
Na base desta relação, também teve sempre um fator humano. A cara de um banco, se excluirmos celebridades em populares anúncios de publicidade, sempre foi o nosso gestor de conta. Era ele que nos recomendava produtos, que fornecia documentos essenciais para um crédito e que nos dava noção do panorama das nossas poupanças. Atrás de um balcão, este funcionário fazia parte de uma complexa teia e estrutura de pessoas e burocracia que compunham as operações e o negócio de um banco.
Nos últimos anos com a crescente transformação digital, e agora com as novas tecnologias de inteligência artificial, a forma como interagimos com os bancos tem vindo a mudar. A rapidez do lado dos clientes e a eficiência dos lado das instituições financeiras tornaram-se as regras do jogo e obrigaram a repensar as dinâmicas de um setor que por norma é muito lento a movimentar-se.
Queremos aceder ao nosso dinheiro de forma imediata e queremos que os processos que antes demoravam muito tempo, por exemplo, um crédito à habitação, possam agora ser mais acelerados e com menos passos. Os bancos querem atender mais pessoas e reduzir a papelada e hoje há tecnologias que já lhes permitem fazer isso.
Parte desta evolução foi um sinal dos tempos, outra foi o aparecimento de um novo tipo de banco – os neobanks – como a Revolut, que ao terem uma essência digital sem balcãos físicos obrigaram os bancos a modernizar-se e a seguir o seu caminho.
A nova era de IA permite terem agentes digitais treinados em voz e escrita nos modelos mais avançados, que estão disponíveis 24/7 e que conseguem atender milhares de clientes em simultâneo, oferecendo as melhores soluções com base nos dados que têm disponíveis. Por outro lado, as tecnologias de reconhecimento de imagem permitem não só uma maior agilidade na análise de documentos, mas também um mecanismo mais seguro para tratar de temas como fraude ou ameaças de segurança.
Muitas destas tecnologias estão já perfeitamente implementadas, outras estão a viver os primeiros dias, mas com avanços significativos. A questão daqui para a frente, principalmente do lado dos utilizadores é em quem continuam a depositar a sua confiança e o seu dinheiro. Num conjunto de humanos ou na máquina?
São estes os temas principais do mais recente episódio da série The Next Big Idea, que conta com a presença de Nuno Loureiro da PwC Portugal, Ricardo Chaves do BPI e de Ricardo Costa da fintech portuguesa LOQR.
Os episódios do The Next Big Idea estreiam todos os sábados às 16h40 e domingos às 11h40, na SIC Notícias.
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