O comité de ética ‘ad hoc’ da Comissão Europeia concluiu que o antigo presidente Durão Barroso não violou as regras dos Tratados ao aceitar o cargo de presidente não-executivo da Goldman Sachs, ainda que tenha demonstrado falta de sensatez.
“Na verdade importa olhar para as coisas com alguma naturalidade. As pessoas fazem as suas escolhas e depois têm de viver com a consequência dessas mesmas escolhas”, respondeu Assunção Cristas aos jornalistas, quando questionada sobre este parecer.
Para a líder centrista, “certamente que é bom que o assunto fique resolvido”.
“Todas as pessoas têm o direito a passar para uma outra vida se estão ativos – e com certeza que estão – e querem continuar a trabalhar, mas certamente depois, na medida em que lidam com as instituições europeias também têm as consequências que daí decorrem”, observou.
Cristas defendeu que, “nesta matéria, cada um fará as suas escolhas desde que estejam em cumprimento da lei”, porque “é isso que importa certamente avaliar em política”.
Em resposta ao requerimento do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, que em setembro solicitou um parecer relativamente à designação do seu antecessor para o cargo de presidente não-executivo do banco de investimento norte-americano, o comité de ética, no parecer hoje divulgado pelo executivo comunitário, considera que José Manuel Durão Barroso “não demonstrou a sensatez que se poderia esperar de alguém que ocupou o cargo de presidente durante tantos anos”, mas “não violou o seu dever de integridade e discrição”.
Depois de conhecida esta resposta, a Provedora de Justiça europeia admitiu avançar com um inquérito à nomeação de Durão Barroso para o banco de investimento Goldman Sachs, manifestando-se insatisfeita com um parecer anterior do comité de ética da Comissão Europeia.
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