"As provas recolhidas durante a minha missão na Turquia demonstram que o Sr. Khashoggi foi vítima de um homicídio brutal perpetrado por oficiais da Arábia Saudita", revelou Agnès Callamard em comunicado, após regressar de uma missão de investigação na Turquia sobre o assassinato ocorrido a 2 de outubro no consulado saudita em Istambul.

De acordo com a agência Reuters, a relatora denunciou também o uso da "imunidade" diplomática para se cometer um assassinato com total "impunidade", assim como indicou que oficiais sauditas atrasaram e "prejudicaram seriamente" os esforços da Turquia para investigar a cena do crime durante 13 dias de outubro.

O relatório das observações preliminares pode ser consultado aqui.

Agnès Callamard é a relatora especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias no Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A equipa de investigadores da ONU liderada por Callamard é composta ainda pela advogada Helena Kennedy e pelo médico legista português Duarte Nuno Vieira.

Esta equipa da ONU esteve no terreno desde o final de janeiro até ao dia 3 de fevereiro a recolher detalhes das circunstâncias da morte do jornalista saudita.

Jamal Khashoggi, de origem saudita e colunista do jornal norte-americano The Washington Post, era um crítico aberto da monarquia do seu país e foi alegadamente morto e desmembrado por agentes sauditas, um crime que desencadeou uma vaga de indignação e condenação da comunidade internacional.

Onze pessoas foram indiciadas no caso deste assassínio, num processo aberto no início deste mês na Arábia Saudita, e a procuradoria pediu a pena de morte para cinco dos acusados.


Notícia atualizada dia 8 de fevereiro às 9:27

* Com agências