"Passado cerca de um mês desde que os lisboetas e os eleitos locais foram confrontados com esta intenção, a mesma continua sem ser discutida em nenhum dos órgãos municipais", referem os deputados comunistas numa nota enviada às redações.

Os eleitos consideram "tal postura inaceitável" e afirmam haver "uma clara e urgente necessidade de perceber que modelo pretende a Câmara Municipal de Lisboa implementar no Teatro Maria Matos, o que vai ser daquele equipamento, daquele espaço e das pessoas que lá trabalham".

"O PCP assumiu, desde o primeiro momento, a rejeição desta intenção de concessão a entidade privada de um teatro que faz parte do património de todos os lisboetas", vincam os eleitos.

Assim, o grupo municipal do PCP requereu "a realização de um debate potestativo, em sede de Assembleia Municipal", que "deverá ser realizado na próxima terça-feira, dia 16 de janeiro, às 15 horas", integrado na ordem de trabalhos da reunião plenária.

De acordo com a ordem de trabalhos constante no site da Assembleia Municipal, o debate terá, no máximo, uma hora.

Na nota, os eleitos comunistas salientam que este é um teatro "com tanta história, que tem condições invejáveis, um equipamento técnico de excelência e uma equipa de trabalhadores especializada e que, há quase meio século, se insere no roteiro cultural do município".

O PCP aproveita ainda para reafirmar o "compromisso na defesa de uma política cultural pública para a cidade de Lisboa, que oiça toda a comunidade envolvida: a população, os agentes culturais, os trabalhadores da área".

A vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa anunciou, em entrevista ao Público, no passado dia 17 de dezembro, a intenção de concretizar um novo projeto de gestão dos teatros da autarquia, com o objetivo de resgatar lugares associados à cultura e diversificar a oferta cultural da cidade.

O plano abrange 11 teatros, dois dos quais - São Luiz e Maria Matos - estão sob gestão da Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).

Em declarações à Lusa, no passado dia 21 de dezembro, Catarina Vaz Pinto explicou que o novo plano contempla que apenas o Teatro Maria Matos seja gerido por uma entidade externa.