Um "drone de uso agrícola, que tinha no seu interior uma carga explosiva" de aproximadamente 20 quilos foi desativado com uma explosão controlada, disse o comandante da polícia, general Víctor Hugo Zárate, durante uma conferência de imprensa organizada em conjunto com o ministro da Defesa, Giancarlo Loffredo. "Tratava-se de um artefato explosivo improvisado", acrescentou.

O dispositivo estava sobre o tecto da prisão e, ao explodir, destruiu parte do mesmo, segundo imagens aéreas da AFP.

Zárate afirmou que antes da desativação, os 78 presos foram levados para um local seguro da mesma prisão e que "a situação está controlada".

O chamado Bloco de Segurança, integrado pela Polícia e pelas Forças Armadas para combater o narcotráfico, informou anteriormente em comunicado que impediu um "atentado" que pretendia "inabilitar" a prisão conhecida como La Roca, com capacidade para cerca de cem presidiários e que faz parte de um grande complexo prisional de Guayaquil.

Ali estão chefes de quadrilhas criminosas e políticos acusados de corrupção, como o ex-vice-presidente Jorge Glas, que foi preso em abril devido ao ataque da polícia à embaixada do México em Quito, onde estava asilado. Este facto levou à rutura das relações entre os dois países.

"Temos a suspeita de que a intenção por trás deste atentado era provocar a transferência das ppl's (pessoas privadas de liberdade) para fora de La Roca, para outros centros penitenciários", disse o ministro Loffredo.

Em setembro de 2023, as forças de segurança detonaram de forma controlada um drone carregado com explosivos que pousou em La Roca, sem deixar vítimas.

As prisões do Equador, que tornaram-se centros de operações criminosas, estão sob controlo militar desde janeiro, quando o presidente Daniel Noboa declarou que o país estava em conflito armado interno perante de uma investida do narcotráfico e pôs militares nas ruas para neutralizar cerca de 20 organizações, que caracterizou como sendo terroristas e beligerantes.

O equatoriano Adolfo Macías, conhecido como Fito, líder do grupo criminoso Los Choneros que fugiu da prisão onde se encontrava, ainda não foi localizado.

Macías tinha feito ameaças de morte contra o candidato presidencial Fernando Villavicencio, que foi assassinado por criminosos colombianos em agosto de 2023 ao sair de um comício no norte de Quito.

Em 2021, já tinha ocorrido um ataque de drone com explosivos contra o grande complexo penitenciário de Guayaquil. A cidade é palco de massacres sangrentos motivados por confrontos entre quadrilhas de traficantes de drogas, que deixaram mais de 460 mortos desde 2021.