De acordo com as autoridades ucranianas, cerca de 40 dos bombardeiros mais caros e sofisticados da Rússia, foram eliminados no espaço de algumas horas.

O The Telegraph estima que a perda represente um terço de toda a frota de bombardeiros estratégicos da Rússia, há muito considerada fora do alcance de Kiev.

Os ataques ocorreram poucas horas antes do novo encontro dos delegados da Rússia e Ucrânia em Istambul. Ainda assim, as autoridades ucranianas dizem que o planeamento da operação começou há 18 meses.

A etapa final começou há algumas semanas, quando dezenas de drones foram contrabandeados para a Rússia, sob a supervisão da agência de inteligência doméstica da Ucrânia, SBU.

Os bombardeiros russos foram definidos como alvo desde o início, mas os ucranianos tiveram que reajustar o plano, quando Moscovo moveu grande parte da frota aérea estratégica para o interior para protegê-la de ataques. A base de Olenya, localizada no Círculo Polar Ártico, fica a mais de 1600 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. Já a base de Belaya, na Sibéria, fica a 4 mil quilómetros. Até domingo, a Ucrânia nunca tinha atingido bases a mais de 1600 quilómetros da Rússia.

Os drones ucranianos estavam escondidos em contentores modificados, dentro de transportadores comerciais, cujos painéis do teto abriam através de um controlo remoto.

Ao que tudo indica, os motoristas não faziam ideia da carga que transportavam. Moradores da zona da base de Olenya, no norte da Rússia, alegam ter visto um motorista a correr em pânico, enquanto os drones eram lançados da traseira do seu camião.

Esta não foi a primeira vez que camiões foram usados ​​na guerra. Em 2020, um camião que transportava explosivos foi destruído, de forma remota, durante um ataque à Ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia continental.

No entanto, relatos sugerem que os drones utilizados neste ataque foram treinados com inteligência artificial para atingir as aeronaves nos seus pontos mais fracos.

As aeronaves, que se encontravam em Olenya e Belaya, estavam entre as jóias da Força Aérea Russa - o Tu-95 “Bear”, um bombardeiro de longo alcance capaz de transportar ogivas nucleares ou convencionais; o Tu-160 “Blackjack”, o maior avião de combate do mundo, e o Tu-22M3 “Backfire”, um cavalo de batalha supersónico.

Segunda a inteligência ucraniana, entre os aviões destruídos, estava ainda um A-50 "Mastay", uma aeronave de Alerta Aéreo Antecipado e Controlo de mais de 270 milhões de euros. O A-50 é, essencialmente, um radar voador e posto de comando, essencial para a coordenação de caças e defesas aéreas.

Já a Operação Teia de Aranha não contou com drones ou mísseis de longo alcance, mas com pequenos drones FPV portáteis - dispositivos relativamente simples que se mostraram devastadores no campo de batalha.

De acordo com autoridades de inteligência ucranianas, todos os envolvidos na operação retornaram em segurança.

Os serviços de segurança da Ucrânia "estabeleceram um novo padrão de competência na condução de operações de combate em larga escala em território inimigo", escreveu Iryna Vereshchuk, chefe-adjunta do gabinete do Presidente da Ucrânia, no Telegram.