De acordo com o Fim ao Fóssil, um movimento organizado pela Greve Climática Estudantil de Lisboa, foram pintadas várias frases de protesto durante esta madrugada de quinta para sexta-feira em várias sedes dos partidos.
"Eletricidade 100% renovável e gratuita", "Fim ao fóssil 2030" e "Este partido não tem um plano" foram apenas algumas das mensagens deixadas pelos ativistas, que as fotografaram e enviaram à comunicação social.
"Eleições em 2024 dão mandato até 2028. O último mandato para resolver crise climática. Não ter agora um plano para fim ao fóssil até 2030 é condenar o nosso futuro. É condenar milhões à morte, Em Portugal, já começamos a sentir os efeitos desta crise. E vão ser cada vez mais frequentes e intensos enquanto nada fizerem", afirma o Fim ao Fóssil numa nota enviada à imprensa.
Fontes do Partido Socialista (PS), Partidos Social-Democrata (PSD) e Bloco de Esquerda (BE) confirmaram à Lusa que foram pintadas frases nas suas sedes, em Lisboa.
Em reação, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, lamentou à Lusa o que qualificou de “ato de vandalismo” e “ataque ao património” na sede situada na rua de São Caetano à Lapa, em Lisboa, de que o partido fará queixa às autoridades policiais.
“Não confundimos vandalismo com ativismo por causas justas, que, aliás, nada têm de defesa do ambiente, porque vamos ter de pintar os muros e os portões da sede, gastando recursos que prejudicam o ambiente”, sustentou o dirigente social-democrata.
Já a Iniciativa Liberal (IL) e o Pratido Comunista Português (PCP) disseram à Lusa que não foram alvo desta ação.
Também à agência Lusa, fonte da Polícia de Segurança Pública disse que a PSP “não teve conhecimento de nada”.
No comunicado, os estudantes da Greve Climática Estudantil adiantam que na sede do Chega, nenhuma frase foi escrita, mas que a fachada foi coberta de tinta.
“A sede do Chega não mereceu nenhuma mensagem política pois não passa do cão de guarda do sistema fóssil", diz Matilde Ventura, porta-voz da ação, citada no comunicado, acrescentando que “o ódio e sistemas de opressão que o partido representa são sintomas do sistema fóssil que coloca o lucro acima da vida, e estão ao serviço dele".
Quanto aos outros partidos, o Fim ao Fóssil afirma que a sua inação quanto à crise climática "está a pôr em causa os direitos que esta revolução ganhou", referindo-se ao 25 de Abril. "Em colapso climático não há paz, pão, saúde, habitação ou educação", acrescenta.
"Já levámos aos partidos o plano que explica como podem cumprir esta meta. Nenhum partido pode alegar não saber como fazer o fim ao fóssil nos prazos da ciência", termina a nota.
Os estudantes prometem que "não vão dar paz" às instituições de poder que não estão a garantir o fim ao uso dos combustíveis fósseis até 2030.
Por isso, adiantam que esta primavera vão mobilizar estudantes nas escolas para “uma onda de ações em maio a que chamam ‘Primavera Estudantil Pelo Fim ao Fóssil’”.
“Não dizemos que não se deve votar no dia 10. Dizemos que isso não chega. A nossa luta vai fazer-se nas escolas e nas ruas. Sabemos que estamos do lado certo da história", refere.
[Notícia atualizada às 10:39]
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